Nível Cultural.

Aproveitando o ano eleitoral, quando o imaginário popular cria os mais hilários contos e piadas sobre conhecimentos gerais dos candidatos, aproveito para contar um , que muitos diziam ter acontecido. Nos anos 50 em um período de eleições municipais, um jornalista foi pesquisar o nível escolar e cultural dos candidatos interiorano.

Chegando em uma pequena cidade para lá dos cafundós, onde o Judas perdeu às botas, avistou no muro de uma casa bem rude a propaganda de um candidato a prefeito: “ Para prefeito, Zé Pretinho, vice Maria Branca.” “Para vereadora: Professora Dinha. Acompanhada de um Slogam:” tudo pela Dinha.” O jornalista e o motorista riram a vontade.

Ao chegar no centro da cidade antes de ater-se com o comitê, abordou e interrogou moradores sobre o candidato mais cotado para vencer o pleito. Perguntou-se a um típico caipira baforando seu cigarrinho de palha:

Jornalista---- O que o senhor acha do candidato Zé Pretinho?

Caipira---“ Oiá moço, muito mio du que o Francisco Poloneza. Ele tem bondade da boa. É um preto de arma branca.”

J--- E a vice é branca mesmo?

“Eh eh eh! Qui nem leite! Já tem gente mangano, diz qui vai sê dimistração café cum leite”.

J--- Ele está na cidade?

C—“-Não ! Ele foi fazê comiço lá no corgo do Catuca atraiz, perto da fazenda Santo Antonho do pau torto.”

J---- Zé Pretinho é pessoa de cultura?

C----“ Qui nada moço!.... Tem uns pezim de quiabo no quintar, eh eh eh eh!...”

J--- Obrigado!...

C---“Assordes!...”

O jornalista foi ao Córrego do Catuca Atrás para entrevistar Zé Pretinho.

Hoje, mesmo em lugares distantes a educação melhorou muito, se não quebrarem a corrente vermelha, o Brasil vai exterminar a chaga do analfabetismo.

Lair Estanislau Alves.