PEQUENA HISTÓRIA DE PEDROCA

Pedroca era um menino de origem humilde que morou em diversos lugares e estudou em várias escolas. Ele nunca conseguiu se dar muito bem com outros garotos e costumava acompanhar a irmã em tudo o que ela fazia. Como criança era bem desastrado, e amava os animais., os quais cuidava com muito carinho.

Pedroca era ótimo aluno, mas não aceitava o fato de ter nascido garoto. Ele até jogava bola, mas gostava mesmo de brincar com os animais, e com bonecas, até mesmo de desenhar as roupinhas das bonecas.

Seus pais eram pessoas simples, humildes, mas sempre o incentivaram a fazer o que ele gostasse e costumavam dizer que se dedicasse a aquilo que ele escolhesse, e que lhe desse prazer. Muitas vezes ele tinha crises existenciais e dizia que não queria ter nascido, pois sentia-se sempre mal no meio dos outros meninos. Os pais de Pedroca se preocupavam com isso e sua irmã, já estava cansada de participar de tudo com ele.

Aos 15 anos ele descobriu que além de ser muito romântico e sentimental era também muito forte. Tinha sempre uma opinião formada sobre todos os assuntos, não aceitava ser comparado com outras pessoas e desenvolveu um estilo quase que próprio, pois sempre que preciso sabia se arrumar ao ponto de não ser reconhecido.

A situação financeira dos pais era precária e por isso nunca gostou de pedir dinheiro a eles, contentando-se com pouco, e economizando o máximo que podia. Com o passar do tempo Pedroca foi conhecendo, sozinho, outras pessoas, a quais logo dedicava intensa amizade, e confiança, fazendo dessas pessoas suas confidentes.

Sendo uma pessoa sem maldade ele achava que nada de mal poderia lhe acontecer. De repente ele descobriu um brilho que somente um garoto em especial poderia lhe dar, e apaixonou-se perdidamente por esse garoto.

Ele tentava de tudo para passar o tempo, fazia o possível para agradar aos pais, procurava tratar a irmã sempre com o maior carinho, e continuava também dedicando um carinho especial aos animais.

Apaixonado pelo garoto, e sem poder declarar seu amor Pedroca dedicava-se a ler e a ouvir músicas românticas. Assim ele passava o tempo, após ter feito suas obrigações e tarefas escolares.

Á noite ele ficava no portão batendo papo com os amigos e entre eles estava aquele a quem Pedroca dedicava imenso amor, e por mais que ele fosse muito reservado, não conseguia mais disfarçar os sentimentos.

Nascia então em Pedroca o desejo de ser dono de sua própria vida, assumir seu lado diferente, criar asar e voar ao encontro do amor.

Os pais de Pedroca precisaram viajar, e ele se viu sozinho com a irmã, que pouco lhe dava atenção, pois ela não conseguia mais entender o jeito diferente do irmão.

Uma noite ele estava no portão esperando os amigos para jogarem conversa fora, e o primeiro a chegar, foi justamente o garoto por quem Pedroca estava apaixonado, num impulso, cheio de coragem ele pegou as mãos do garoto e declarou seu amor.

A princípio o garoto pensou que fosse uma brincadeira, mas Pedroca confirmou sua paixão e foi então que o garoto com desdém e nojo, esmurrou Pedroca e foi embora. Quando os amigos chegaram encontraram Pedroca caído no chão muito machucado, e após socorrê-lo quiseram saber o que havia acontecido, mas ele permaneceu em silêncio, apenas agradeceu e foi dormir. Porém, no outro dia Pedroca não acordou em casa. Sua imã estranhou o fato, pois ele nunca havia feito isso. Ela deu um jeito de avisar aos pais que logo retornaram, e nada de Pedroca aparecer.

Vários dias se passaram, até que o corpo de Pedroca foi encontrado enforcado em uma árvare, com ele apenas um bilhete: “Eu nunca devia ter nascido”

Vileta Noturna