O dia.

Hoje.

O despertar é natural, não há mais ninguém ao seu lado, levanta e vê como as coisas estão se discorrendo,vê o marido passando a roupa, fazendo café, está atrasado, o filho acordado, tomando dederica...Chora, “Não quero”, “Não Vô”, grito. A escola espera, as horas passam. Mais gritos, agora para agilizar o processo...

Consegue sair, desse as escadas, chega ao carro e Booommm. Explode todo o resto de paciência que existia e no lugar, um intenso ódio de si mesma por não conseguir controlar o estimulo dos acontecimentos.

Esqueceu a chave! Ahhhhhhh!!! Ao menos dois palavrões são inevitáveis. Os quatro andares de escadas são intermináveis e ainda precisa ser rápido, por que lembra, o tempo está passando. Volta com as chaves na mão, como se tivesse mostrando a Deus e dizendo: “por que está fazendo isso comigo”.

A tensão continua, a caminho da escola, conversa consigo mesmo mais uns dois palavrões. Chega na escola, cinco minutos separam você de todos os pais que chegaram no horário, consequência, precisa escutar um bando de mulheres mal amadas dizendo que você será castigada, mais ainda.

Vai assinar o livro, isso ai, o tal livro que os pais assinam por que os pais não podem ter nenhum imprevisto antes de chegar. Imprevisto é falta de respeito com as outras crianças, é desaforo, é incompetência e eles fazem questão de demonstrar tudo isso com esse castiguinho.

Mais alguns palavrões no carro para desabafar, falta pouco, a casa está próxima, poderá relaxar, poderá voltar ao normal. Opa, peraí, relaxar nada, aqui é policia, pare o carro. Documento do carro! Não

Carteira de motorista!Não

Mas o problema foi a placa que delatou sua raiva e deixou aberta a uma porta que os policiais tiveram que entrar.

Continua.....