QUANDO SERÁ EU!?

Em mil novecentos e antigamente quando eu tinha meus 10 ou 11 anos, eu ajudava na casa de meu avô. Lá tinha um menino da minha idade menos 1 que era órfão de pai e a mãe dera pros outros criar. Meu avô era vaqueiro e cuidava das vacas do patrão. Nossos serviços eram preciosos. Dizem que serviço de menino é pouco, mas quem perde é louco, e isso é uma verdade antiga ignorada hoje. Pois bem, voltemos às vacas. Num certo dia, no mês de dezembro, férias estudantis, as vacas estavam no terreiro da fazenda esperando a ração diária, já que nessa época do ano o gado não encontra mais nada pra lamber no chão. Enquanto a vacaria esperava a ração havia um boi paquerando uma novilha. Ele lambia e cheirava a parte sexual da novilha/moça e montava nela tentando um acasalamento. Mas como touro é demorado ele nada conseguia. A gente, eu e o menino da história observávamos o feito. Também havia uma menina da nossa idade para menos que nas férias visitava minha avô. Ela também observava o namoro dos animais. Meu amigo, muito minucioso nos pensamentos comentou nos meus ouvidos um pensamento maldoso de sua parte. Enquanto a menina olhava os bois namorando ele sussurrava pra mim: ela está pensando: quando será eu? Não sei porque ele teve esse pensamento. Juro que eu, na minha inocência, não pensaria isso de ninguém, mas ele pensou, pensou e falou e me despertou o interesse sobre o assunto.

Mas isso foi no século passado.