AS LÁGRIMAS QUE SE TORNARAM RIOS


As lendas e fábulas mirabolantes criadas pelo fértil imaginário dos povos que ocuparam a península ibérica durante a monarquia portuguesa são as principais responsáveis pelos nomes de um elevado percentual de suas localidades. São histórias sem o menor fundamento de veracidade, mas foram delas que sugiram os nomes da maioria de seus rios, serras, montes, distritos e vilas.
O mais pitoresco é que são contadas de diversas maneiras, com seu toque de lirismo, como é caso do rio Alcobaça, que corta ao meio a cidade do mesmo nome. Situada nas imediações de Caldas da Rainha em direção ao Minho. Cuja sua fundação ocorreu a partir da construção do segundo maior mosteiro de Portugal. O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça ou mais simplesmente como Mosteiro de Alcobaça.
É a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português. Sua construção iniciou no ano 1.178 pelos monges de Cister. Está classificado como patrimônio da HUMANIDADE pela UNESCO e como, Monumento Nacional desde 1910, IPPAR. Em sete de julho de 2007. Foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.
Em 1834 os monges foram forçados a abandonar o mosteiro, na sequência do decreto de supressão de todas as ordens religiosas de Portugal, promulgado por Joaquim Antonio de Aguiar ministro dos negócios eclesiásticos e da justiça no governo da regência de D. Pedro IV Duque de Bragança (nosso D. Pedro I do Brasil.)
Muitas lendas são contadas e escritas, sobre um casal de namorados, cada uma de maneira diferente, mas com a mesma história em envolvendo os rios Alcoa e Baça, que cortam a cidade ao meio e se juntam formando um só. O rio Alcobaça que é também o nome da cidade.
Contam todas as lendas que um casal de namorados muito pobres, e perdidamente apaixonados um pelo outro estavam noivos, mas o rapaz era muito ambicioso, e o seu maior desejo seria enriquecer. Abandonou a sua noiva Alcoa e partiu pelo mundo em busca de seu sonho de riquezas. Muito triste com a partida de seu querido Baça, ela começou a chorar, em um pranto sem fim. Anos mais tarde seu amado que nada conseguiu em sua aventura, voltou conseguindo apenas um emprego que mal dava para sobreviver, em um local próximo de onde sua amada tanto chorava e ao tomar conhecimento do pranto sem fim de sua querida Alcoa, Sem recursos financeiros para realizar o enlace, arrependido de tê-la abandonado começou também a chorar. E o seu pranto igualmente ao dela não teve mais fim. O dilúvio de lágrimas de ambos os apaixonados formaram os dois rios: Alcoa e Baça que se verteram na mesma direção unindo suas águas e formando um só, ou seja, o rio Alcobaça.

 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 16/06/2015
Reeditado em 16/06/2015
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