O MILAGRE DAS ROSAS EM COIMBRA



Nas margens do rio Mondego, Coimbra é conhecida pela sua Universidade, a mais antiga em Portugal e uma das mais antigas da Europa, que ao longo do tempo lhe moldou a imagem tornando-a: a cidade dos estudantes
Fundada no século XIII tombada pela UNESCO que a integrou na lista do Patrimônio mundial, numa classificação que engloba também a Rua da Sofia e a alta da cidade. Vale à pena subir à sua torre, onde estão os sinos que marcavam o ritmo das aulas, para apreciar a soberba vista de 360º sobre Coimbra. Mas no piso térreo há muito para visitar: o Pátio das Escolas, a Sala dos Capelos onde têm lugar às cerimônias mais importantes, a Capela de São Miguel com um imponente órgão barroco e a Biblioteca Joanina, que possui mais de 300 mil obras datadas entre os séculos XVI e XVIII dispostas em belíssimas estantes ornamentadas com talha dourada onde seu funcionário tem como auxiliares uma colônia de morcegos responsáveis pelo equilíbrio ambiental eliminando os insetos nocivos que provavelmente poderiam danificar o seu valioso acervo literário. . . Ainda no térreo a prisão com suas dependências e solitárias aonde os prováveis universitários condenados pelos crimes hediondos cumpriam suas penas sobe uma rígida vigilância sem interromper seus estudos. Eram retirados de suas selas pela guarda e vigiados durante o horário de suas aulas, e ao termino reconduzidos a prisão.
O conjunto de edifícios ocupa o lugar do Paço onde viveram os primeiros reis de Portugal, que aqui chegaram a fixar a capital do reino.
Coimbra se destaca e inebria não apenas por sua beleza histórica com também pela magia de inúmeras lendas dente elas a da rainha Santa Isabel esposa D. Dinis.
Esta é uma das mais conhecidas lendas portuguesas que enaltece a bondade da rainha D. Isabel para com todos os seus súbditos, a quem levava esmolas e palavras de consolo. Conta à lenda  que um nobre despeitado informou o rei D. Dinis que a rainha gastava demais nas obras das igrejas, doações a conventos, esmolas e outras ações de caridade, e o convenceu a por fim a estes excessos. O rei decidiu surpreender a rainha numa manhã em que esta se dirigia com o seu séquito às obras de Santa Clara e à distribuição habitual de esmolas e reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço de seu manto, ou seja, seu avental real. Interrogada por D. Dinis, a rainha informou que ia ornamentar os altares do mosteiro, levando flores, ao que o rei insistiu dizendo que a rainha, o tinha desobedecido em suas proibições, levando dinheiro aos pobres. De repente e mais confiante D. Isabel respondeu:
-- "Enganais-vos, Real Senhor-, o que levo no meu regaço são flores do campo e rosas..." O rei irritado acusou-a de estar a mentir: como poderia ela ter rosas em Janeiro?
-Então, minha nobre esposa e rainha revelem-me o conteúdo do teu regaço!
- A rainha Isabel abriu seu nobre avental e mostrou perante os olhos espantados de todos os belíssimos ramos de rosas que guardava sob o manto. O rei ficou sem palavras, convencido que estava perante um fenômeno sobrenatural e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu na sua intenção de ir levar as esmolas. A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou santa a rainha Isabel de Portugal.

 OBS: ( A foto na ilustração  é de março de 2015 por acasião de nossa visita a Europa)
 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 22/06/2015
Reeditado em 23/06/2015
Código do texto: T5285530
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