A  LENDA DE COMPOSTELLA  E O PILAR DE NOSSA SENHORA



Estávamos em Braga à capital do Minho no norte de Portugal. Para nossa comodidade seria mais prudente visitar Santiago Compostella situada na Galiza  também ao Norte, mas da Espanha, uma vez que nosso roteiro à Espanha estava previsto para a próxima semana saindo de Lisboa na direção de Algarve, e Sevilha ao sul.
Santiago de Compostella teve sua origem a partir da descoberta da tumba do filho de Zebedeu e irmão de João evangelista, Jacob a quem Jesus deu o nome de Tiago, a partir do momento que o abençoou como um de seus doze apóstolos. Após a morte de Jesus seus apóstolos se dispersaram indo pregar a boa nova mudo afora pelas regiões mais longinquas.
Ao São Tiago coube a missão de pregar na península ibérica, local que os romanos a chamaram de “Finis Terrae” por ser a localidade mais distante, mais exatamente a cidade de Caesaraugusta atual Saragoça. (O que quer dizer o fim da terra) por ser o extremo mais ocidental do mundo até então, nos conceitos de julgamento romanos referindo à longevidade.
Acostumado a pregar para as multidões que acompanharam Jesus. De inicio o apóstolo se sentiu frustrado naquela terra pagã, tendo conseguido arrebanhar apenas sete famílias de seguidores em sua devoção ao mestre Jesus. Triste abatido, sem abalar em sua fé, ele não desistiu, até na noite de um para dois de janeiro do ano 40 depois de Cristo, quando o Apóstolo São Tiago saiu do recinto amuralhado de Cæsaraugusta para ir rezar à beira do rio Ebro os salmos do Deus verdadeiro, costume judaico ainda conservado pelos primeiros cristãos. Pensava, certamente, no desdém com que os habitantes daquela cidade, mergulhados no paganismo e no vício, desprezavam o convite à vida da graça. Era chegado o momento escolhido pela Providência para marcar pelos séculos uma nação inteira. De súbito, uma intensa luz envolveu o ambiente e grande multidão da milícia celeste se tornou visível. Mas aquela fabulosa visão, contrastante com a dura prova pela qual passava o Apóstolo, não era senão uma espécie de moldura para o que logo em seguida aconteceria. Maria Santíssima, a Mãe de Jesus, que ainda era viva e morava em Jerusalém, chegava trazida sobre uma nuvem por mãos angélicas até o local onde São Tiago se encontrava. Junto a Ela, outros espíritos celestes portavam uma coluna de jaspe, da altura de um homem e de um palmo de diâmetro. Colocaram-na no chão e a Virgem pousou sobre ela, saudando com afeto o intrépido Apóstolo, que contemplava extasiado o inaudito espetáculo. Por singular privilégio, São Tiago ia receber diretamente dos lábios de Nossa Senhora o consolo e o ânimo de que necessitava para continuar com determinação sua lide, certo de que as dificuldades do momento constituíam apenas uma prova cuja superação traria abundantes frutos espirituais. E como penhor desta celeste mensagem, quis Maria Santíssima deixar ao Filho de Zebedeu o pedestal sobre o qual pronunciara palavras semelhantes a estas: "Olha esta coluna sobre a qual Me assento. Sabe que meu Filho a enviou do alto por mãos de Anjos. Neste lugar a virtude do Altíssimo obrará prodígios e milagres admiráveis por minha intercessão e reverência em favor daqueles que implorem meu auxílio em suas necessidades; e a coluna permanecerá neste lugar até o fim do mundo, e nunca faltarão nesta cidade, fiéis adoradores de Cristo”. Concluída a celeste e inesperada visita, São Tiago encontrou-se novamente a sós com seus discípulos. Podemos conceber a alegria que tomou conta daquele reduzido grupo de cristãos: a Mãe de Deus viera consolá-los na tribulação, deixando um peculiar símbolo do que, como fruto de seu apostolado, deveria ser a Fé inabalável daquele povo. São Tiago e os seus ergueram uma minúscula edícula, que foi conservada tal qual até a reforma da Basílica, realizada em meados do século XVIII. Construída em adobe, no sentido paralelo à muralha da cidade, tinha ela quase quatro metros e meio de cumprimento por pouco mais de dois de largura.
Concluído seu trabalho e após suas pregações dirigiu-se com seus discípulos para Iria Flavia capital da Galiza na região norte da Espanha. E os frutos de suas pregações espalharam sementes que permaneceram guarnecidas pela a fé cristã em toda a península Ibérica, sementes essas que oito séculos mais tarde germinaram com a descoberta do tumulo do apostolo. Que foi expulso pela rainha HISPANICA tendo que abandonar a península Iberica e retornar a Jerusalém..Aonde Por ordem de Herodes Agripa foi perseguido, barbaramente torturado, morto, e decapitado. Seu corpo jogado fora das muralhas de Jerusalém. Tendo sido recolhido por dois de seus discípulos que conduziram seus restos mortais em uma embarcação de volta para a Espanha, sendo impedidos pela mesma Rainha que o expulsou, de sepultarem seu corpo. Às escondidas o conduziram  para as imediações de Iria Flavia a capital da Galiza. Onde o sepultaram secretamente em um bosque dando–lhe o nome de Liberum donum. Mais tarde dois de seus discípulos também o fizeram companhia sendo sepultados ao seu lado.
Passaram-se oito séculos cuja bárbara fatalidade caiu no esquecimento. Eis que de repente um ermitão de nome Pelayo percebeu a ocorrência de um belo Espetáculo celestial, sobre o bosque, todas as noites. Uma constelação de estrelas emanada despencava em maravilhosas cachoeiras de luz cadente, sempre no mesmo local sobre o arvoredo do bosque.
Avisado pelo ermitão a respeito do fenômeno que ocorria: “uma chuva mística de luzes”, o bispo de Iria Flavia, Dom Teodomiro ordenou que fizessem escavações no local encontrando uma arca de mármore com os ossos do santo. E a partir dessa maravilhosa descoberta deu ao local o nome de “Compostella” o que dizer campo de estrelas. Local este onde atualmente está o santuário do apóstolo Santiago. E que no decorre dos séculos se transformou no grande centro de peregrinação do mundo inteiro. Atualmente são numerosos os caminhos que conduzem os peregrinos a são Tiago, aliás, a partir do momento que um visitante ao sair de sua casa rumo ao santuário de São Tiago, seja ele um peregrino católico ou não, ele esta fazendo o caminho de Santiago de Compostella.
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 30/06/2015
Reeditado em 30/06/2015
Código do texto: T5294474
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