COISAS DE MENINO

Antigamente, um grupo de meninos do lugar foi a pé a um engenho de cana de uns parentes deles, numa localidade aqui da região, distante aproximadamente uns dez quilômetros de suas casas. Chegando lá, uma senhora que pertencia ao grupo de familiares e donos daquele engenho, falou-lhes em alto tom: “Meninos, vocês sentiram não foi o cheiro do engenho de fulano de tal, não, lá mais perto?!”. E os meninos, desconfiados e tímidos, ficaram ali calados e bem comportados... Queriam, pois, apenas saborear um copo de garapa (caldo de cana), ou um pouco de mel e alfenim. Aquela senhora, demonstrando uma certa avareza naquela hora, teria feito alusão a um outro engenho de rapadura de outros parentes situado também na região, porém um pouco mais próximo, distante uns cinco quilômetros, mais ou menos, onde, segundo ela, o cheiro característico da moagem, no ar podia ser sentido pelo grupo de garotos que ali acabara de chegar. Não era verdade, pois a distância entre a casa dos meninos e o referido engenho os impossibilitava de sentirem o cheiro bom e agradável da moagem de cana... Coisas de menino!

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 28/10/2015
Reeditado em 28/10/2015
Código do texto: T5430223
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