A minha bagunça

Minha mente, de fato, nunca foi arrumada. Sempre gostei de organização, mas, se tratando da minha mente, nunca consegui mantê-la em ordem. Sempre houve aqueles pensamentos soltos e paralelos, aquelas palavras embaralhadas. Admito que nunca tive dificuldade em encontrar as coisas aqui dentro. É como o nosso quarto bagunçado, sabe? A gente sempre sabe onde tudo se encontra. A minha bagunça, ninguém nunca soube entender ou interpretar, e nunca fiz questão que alguém executasse esse ato.

Algumas pessoas perderam seu tempo tentando me entender, tentando saber o que ocorre aqui dentro. Ninguém nunca soube entender meu olhar, o que no fundo eles diziam. Não foi minha intenção construir uma barreira ao meu redor, onde nada pudesse penetrar. Não foi minha intenção fazer de mim uma máquina, totalmente fria em alguns momentos. Não foi minha intenção nunca deixar alguém me conhecer de verdade, saber o que há aqui dentro, quem realmente sou. Uma vez, uma pessoa me olhou bem por dentro, e por um momento tive esperança, pensando que finalmente alguém conseguiria me desvendar. Mas, nunca quis ser desvendada, entenda. Só tive esperança, e não há problema nisso, acredito.

Por fim, só queria que as pessoas soubessem algo que não digo, esperando que alguém entenda. O erro não é de quem não consegue. O erro não é de ninguém. Como eu já disse, minha bagunça só eu entendo. E não quero que alguém me arrume. Gosto de ser errada, bagunçada e diferente. Gosto de não tentar ser igual as outras pessoas. Em relação a mim, ninguém nunca saberá tudo, afinal, eu revelo apenas o que quero.

Leticia Moura
Enviado por Leticia Moura em 05/12/2015
Código do texto: T5471330
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.