A Rosinha
(Causo popular)
(Causo popular)
O vaqueiro chegou à estalagem bêbo de sono. Tinha ido levar umas reses a um povoado distante e tudo que ele queria era deitar e dormir mas qual, não havia mais quartos desocupados, era época de festejos da santa padroeira da cidade. Nem pagando mais uns réis, de jeito nenhum, o estalajadeiro infelizmente não podia ajudar. Mas olhando aquele homem com o semblante tão cansado, os olhos miúdos de sono ele pensou, coçou a cabeça e disse "olhe, a minha filha Rosinha dorme sozinha em um quarto grande que só, o amigo pode armar uma rede lá contanto que arrespeite a menina".
O vaqueiro até que se animou mas em seguida ficou cabreiro, esmola muita... Imaginou logo a tal da Rosinha, feia, o cabelo arrupiado, um capucho de algodão embebido em seiva de alfazema dentro da boca para amortecer a dor dos cacos de dentes... Ah, não, nessa eu não caio", pensou consigo e disse ao estalajadeiro que não se preocupasse nem fosse acordar a moça por causa de um vaqueiro. Estenderia o gibão em um canto da sala mesmo, oxente, sertanejo não precisa dessas mordomias de rede não. E assim fez. Pendurou o matulão num toco, estendeu o gibão no chão de terra batida, deitou-se e agarrou no sono. Não fossem as muriçocas do tamanho de vespas a morderem-no a noite inteira ele teria dormido melhor.
No dia seguinte, assim que ele abriu os olhos, lembrou-se da Rosinha. Ficou curioso para ver o espécime que habitava aquele quarto. Devia de ser do tipo que só é feia de rosto, de corpo é horrível. Deu uma gostosa gargalhada e procurou as alpercatas.
Quando o vaqueiro estava afivelando o cinto saiu aquela moça linda de dentro do quarto. Linda, cheirosa e suave como uma flor de muçambê. Ele ficou besta. Atalhou a menina no corredor e disse "que mal pergunte, quem é você?"
A moça ergueu os olhos castanhos para aquela cara queimada de sol, deu um belo sorriso e disse "eu sou Rosinha. E o senhor?"
"Eu sou um fi duma égua!", respondeu o vaqueiro.
O vaqueiro até que se animou mas em seguida ficou cabreiro, esmola muita... Imaginou logo a tal da Rosinha, feia, o cabelo arrupiado, um capucho de algodão embebido em seiva de alfazema dentro da boca para amortecer a dor dos cacos de dentes... Ah, não, nessa eu não caio", pensou consigo e disse ao estalajadeiro que não se preocupasse nem fosse acordar a moça por causa de um vaqueiro. Estenderia o gibão em um canto da sala mesmo, oxente, sertanejo não precisa dessas mordomias de rede não. E assim fez. Pendurou o matulão num toco, estendeu o gibão no chão de terra batida, deitou-se e agarrou no sono. Não fossem as muriçocas do tamanho de vespas a morderem-no a noite inteira ele teria dormido melhor.
No dia seguinte, assim que ele abriu os olhos, lembrou-se da Rosinha. Ficou curioso para ver o espécime que habitava aquele quarto. Devia de ser do tipo que só é feia de rosto, de corpo é horrível. Deu uma gostosa gargalhada e procurou as alpercatas.
Quando o vaqueiro estava afivelando o cinto saiu aquela moça linda de dentro do quarto. Linda, cheirosa e suave como uma flor de muçambê. Ele ficou besta. Atalhou a menina no corredor e disse "que mal pergunte, quem é você?"
A moça ergueu os olhos castanhos para aquela cara queimada de sol, deu um belo sorriso e disse "eu sou Rosinha. E o senhor?"
"Eu sou um fi duma égua!", respondeu o vaqueiro.