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Entre uma canção e outra
 
Quando se está sensível, tudo se pega; até praga de papagaio mudo. Lary acabara de ouvir, na sua rádio preferida, aquilo que a Canção da América diz: “amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito”. E parece que o seu mundo desabou...
 
Sentada estava, sentada ficou, olhando a xícara cheia de chá, as torradas e o queijo coalho sobre a mesa. E danou a se perguntar: “Onde estão os meus amigos, os próximos e os distantes? Onde estão?” Daí, seu mar de interrogações se ampliou quando a segunda música, Nostradamus, bateu forte dentro dela, exatamente neste trecho: “Carlota (...) levanta, me serve um café que o mundo acabou”. Ora, Lary nem bebe café! Mas é como se bebesse. E se vê tomada por essa canção. Então, pega o telefone e faz uma ligação. Do outro lado da linha, atende uma amiga sua, a Carlota. Ela nem cumprimenta, sequer, e logo diz: “Carlota, preciso de um café porque o meu mundo desabou...” É quando sua amiga pergunta o que ela estava fazendo; e ela sem titubear lhe responde: “Ouvindo Canção da América, ouvindo Nostradamus. De fato, estas duas canções vieram me dizer algo. E o meu mundo acabou”. 
 
A razão de tudo isso? Um amigo teria lhe dito que a colocara no lado direito do seu peito. E ela esperava estar no lado esquerdo, assim como prega a Canção da América. No entanto, ela se lembrou de um sonho antigo em que Deus lhe preparava para as coisas da vida. Dentre essas coisas, Ele dizia que aquilo que se coloca no coração, ou seja, só no lado esquerdo do peito, corre-se o risco de um dia se perder quando o coração parar de bater. Porém, aquilo que se deposita diretamente na alma, nunca perecerá, pois a alma é eterna. E foi se lembrando disso que ela reagiu: desligou o telefone, pegou a sua flauta, deitou-se na rede e começou a tocar a música que toca profundamente a sua alma:
What a wonderful world !

Imagem: Google.