Pescaria é Pescaria

Esse caso aconteceu na década de mil novecentos e noventa, mais ou menos em mil novecentos e noventa e dois. Se eu não estiver enganado. Nessa época eu tinha um amigo que deveras, era totalmente surpreendente, para ele não existia problema sem solução, não existia nenhum mistério que não pudesse ser desvendado. Lembro –me que por ocasião da construção da minha casa, ele me deu uns “adjutórios”. Em um desses, quando levantávamos as paredes no cômodo onde um dia seria o banheiro, (ele trabalhando de pedreiro e eu de servente), nos entretemos na conversa, banhados a uma “pinguinha”, não observamos e assentamos os tijolos, esquecendo de deixar o lugar para fazer a porta e ficamos presos dentro do cômodo. Foi muito engraçado na época. Já meio de fogo, ele falou assim, bem que eu achei que tinha uma coisa errada aqui. Foi muito engraçado. Lembro-me que sempre que eu estava de folga, ele me ajudava na construção, as vezes ficávamos o dia inteiro trabalhando, mas o serviço rendia muito pouco. Era a “meiota “e a linguiça defumada. Um dia nos combinamos uma pescada em uma lagoa que fica entre os bairros Romeu Duarte e Maria Luiza, era uma grande lagoa boa de pescar. Eu havia feito um aquário e falei que queria pegar uns peixinhos pequeninos para colocar no aquário. (Sempre gostei dessas coisas). Nessa época eram poucas casas que existiam na região, nas proximidades da lagoa, só tinha mato e uma curiosidade, tinha muita cobra, então fomos com proteção nas pernas. Talvez pelo avanço indiscriminado de loteamentos que já começavam a assolar para o desenvolvimento já desorganizadamente como hoje. Então fomos de bicicleta e ao chegarmos na lagoa, logo de cara matamos duas cobras. Por volta das 15 horas e com um planejamento de antes de escurecer, vir embora. Pegamos umas 04 ou 05 tilapias de uns ½ quilo, muito boas, duas trairinhas. Então fomos pegar os peixinhos para o aquário, tínhamos levado um escorredor de macarrão ou arroz, improvisamos um cabo com uma vassoura e começamos a capturar os peixinhos, sabíamos que nem todos os peixinhos escapariam, muitos morreriam no transporte, então a ideia era pegar o máximo possível. Nesse momento esse meu amigo, me chamou e me mostrou uma pequena poça d’água cheia de peixinhos, ele falou assim, “olha que gracinha desses peixinhos, pretinhos e barrigudinhos. Realmente eram dezenas, sei que enchemos uma lata com os tais peixinhos. Fomos embora bem satisfeitos com a pescada. Quando cheguei em casa coloquei os peixinhos numa vasilha, para separar os que tinham sobrevivido, estavam todos vivos. Mas a hora que a minha esposa viu, ela deu grito e falou assim, que isso, você Ta ficando doido, o que pretende fazer com esse tanto de “girino”, vai fazer criação de sapo. Então eu olhei para o meu amigo e ele falou assim, bem que eu achei esses peixinhos esquisitos mesmo. Aí fui até o ribeirão que passa na cidade e joguei todos lá dentro. Mas ...Pescada é pescada né.

WL Pimenta
Enviado por WL Pimenta em 06/10/2016
Código do texto: T5783615
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