A CIDADE, A SAMAUMA E A BOA VONTADE

Um amigo, me convidou para visitá-lo em sua cidade, não muito distante. Então resolvi passear um pouco e respirar outros ares. Foi um passeio maravilhoso, tenho certeza, ficará em minhas lembranças. Eu fui entre os dias 30 de maio e 05 de junho, à semana que se comemora no mundo inteiro, A semana mundial do meio ambiente. Lá a população se rendia às comemorações, a cidade estava em festa, tinha desfile, bandas, faixas por toda cidade, todos os moradores interessados ganhavam mudas de arvores para plantarem. Um fato muito interessante, todas as casas tinham quintais, meu amigo falou que existia uma lei municipal que proibia a venda de lotes menores que 300 metros quadrados e era obrigatório ter quintal e quem tinha pomar, horta ou qualquer benfeitoria ambiental, conseguia descontos no IPTU. A população apoiava e com isso melhoravam a alimentação, saúde e tantos outros benefícios. Achei muito interessante, a água vinha de nascentes locais e não de rios, então o tratamento era mais em conta e mais fácil, e a população pagava somente a prestação de serviço. Não existia outras taxas como esgoto, iluminação, etc. Todas as ruas muito limpinhas e arborizadas, quanto ao fluxo de veículos, as ruas eram de mão única. Tinham arvores frutífera plantadas tinha até bananeiras, eu nunca vi nada igual, achei maravilhoso. O Município destinou uma área na chegada da cidade, espaço arredondado, tipo um canteiro quinze metros quadrados, as paredes de pedras, bem rústica, encheram de terra e preparam para o plantio de uma arvore com mais ou menos uns dois metros de altura, fizeram um afunilamento para que as raízes cresçam somente para baixo e ali plantaram uma espécie de arvore chamada SAMAUMA, considerada uma das maiores arvores do Brasil, existente apenas na região Amazônica. A Intenção é que se torne o símbolo daquela cidade no futuro, eles calculam que em 100 anos, será possível fazer um túnel por entre o tronco da arvore onde pessoas e veículos passem para entrar na cidade. A população aprovou esse projeto, sob a alegação de que, se não começar um dia, não será concluído nunca. Ao lado plantaram vários pés de Pau Brasil. E fizeram bancos para as pessoas se sentarem à sombra com uma paisagem deslumbrante. Dentro de mim eu senti algo estranho, por ver todos unidos em prol da natureza. Quando eu questionei meu amigo sobre tudo aquilo, ele me respondeu, aqui é assim, todos juntos em prol das causas boas para todos. Quando chegamos na casa dele, foi outra surpresa, uma garagem feita de parreira de uvas e que por sinal estava carregada e sua mãe estava ali colhendo, segundo ele, a vizinhança se une e fabricam uma pequena quantidade de vinho artesanal para o consumo deles. Não é vendido e são apenas umas duas ou três garrafas para cada. Eu sinceramente, nunca vi um lugar tão organizado. Mas não parou por aí, no outro dia fomos conhecer algumas nascentes de agua. Claro que eu fiquei bastante curioso. Chegamos em um lugar, estava escrito numa pedra, “Horto Florestal Municipal”, ouvia-se o canto de pássaros, até um pica pau a furar o tronco, barulho que há muito não ouvia. Tinha flores de variadas espécies, cores, tamanhos e perfume. Vi também um pé de maracujá muito florido, subindo por uma cerca, tinha mudas de arvores, que na época certa eram replantadas na natureza no entorno da cidade. Após uns quinze minutos de caminhada, chegamos a um esplendoroso lago com águas limpas e eram visíveis por todo perímetro, nascentes de água, incessantemente caindo no lago fazendo bolhas oxigenando a água que tinha muitos peixes, que nas épocas certas e distribuídos para as entidades filantrópicas. Eu não acreditei que tudo aquilo funcionava. Saímos de carro pelas ruas sem calcamento, mas bem compactadas, apenas umas poucas ruas do centro eram asfaltadas, todos os bairros eram calcamento. Paramos umas duas ou três vezes para ver os pés de goiaba, mexerica e laranja, na rua, estava ali para quem quisesse, não tinha dono e todo mundo respeitava. Por todo lugar que se passava, via-se a grandiosidade e o carinho das pessoas com o meio ambiente, com os animais, pássaros que viviam em abundancia naquela cidade. Ao chegarmos à casa desse amigo, outra grande surpresa, passou na nossa frente uma família de gambá, mãe e seis filhotinhos, os carros pararam para os animais atravessarem. Incrível, como pode os moradores dessa cidade respeitar tanto assim o meio ambiente. Fiquei muito encantado com tanta consciência ambiental.

Pois é, tudo tem um preço né..... se chama Boa Vontade.

WL Pimenta
Enviado por WL Pimenta em 11/03/2017
Código do texto: T5938145
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