Gargalhada Macabra

A tarde era de sol
Mas o vento era fria,
Estrada de chão batido
Muita poeira fazia.

Eu montado em meu cavalo
Pro meu destino seguia,
Só havia mata fechada
Algo ruim eu temia.

O tempo estava esquisito
A poeira atrapalhava,
Ficou ruim minha visão.

Já ouvi tantas histórias macabras
Lobisomem, mula sem cabeça,
Saci e chupa cabras,
Mas nisto não acredito.

Meu cavalo assustado
Eu no arreio grudado,
Disparou meu coração.

Roda moinho na estrada
Em forma de furacão,
O cavalo rodopiou
Empinou eu fui ao chão,

Com a queda desmaiei
E quando mais tarde acordei,
O lugar não era o mesmo
E comigo mesmo falei.

Já é noite é madrugada
Eu caído na beira da estrada,
Meus olhos cheios de areia
Não sabia onde estava.

Levantei atordoado
Minhas pernas tremiam,
Eu estava assustado.

O meu cavalo não via
Na barroca o cachorro latia,
E na claridade da lua cheia
O cachorro insistia.

Desci ladeira abaixo
Ansioso pra achar o cavalo,
Era tudo que eu queria.

Ao chegar lá no lugar
Não acreditei no que vi,
Meu cavalo no chão deitado,
As patas com cipó amarrado,
Toda crina feito trança,
Eu fiquei desnorteado.

Seria coisa do saci?
Do mato veio um assobio,
Em seguida a gargalhada
Um vento forte arrastou as folhas
Me meti numa enroscada.

Meu coração disparou
Depois que o vento parou,
Uma grande dúvida ficou;

O saci desafiou
Quem nele nunca acreditou,
O bom mesmo é não abusar
Este mundo tem mistérios
Só nos resta respeitar,
Que Deus ilumine sempre
O caminho que eu andar...
João Luis de Oliveira
Enviado por João Luis de Oliveira em 06/05/2017
Reeditado em 06/11/2018
Código do texto: T5991623
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