O Quase Campeão .

Eu estudei numa escola, em que tudo era levado a sério, toda atividade era importante, tudo devia ser cumprido rigorosamente conforme a grade escolar, até a merenda tinha escala nutricional. Os alunos eram submetidos a testes de arguição, do hino Nacional, hino do Estado, o hino da Independência, perguntavam nomes de diretor, Presidente, governador, até prefeito eles perguntavam. Lembro-me que a gente aproveitava os horários de recreio para decorar nomes, treinar músicas juntos com outros colegas. Não tinha aulas vagas e se por acaso acontecesse, logo já tinha outro professor substituto. Tínhamos dois professores de Educação física, onde um cuidava de Atletismo em todas suas variáveis, (corrida, saltos, natação, esportes individuais) o outro era futebol, vôlei, basquete, esportes coletivo), em uma ocasião, iria ter uma disputa de natação entre todas as series e depois o campeão iria competir e ao final ter o vencedor da escola por serie, para uma competição final entre o nosso colégio e outro da mesma rede escolar, só que da capital. As meninas iriam disputar um campeonato de vôlei, isso mobilizou todos os alunos. Pois era um evento de super importância e glamour, então os professores de educação física, estavam a todo vapor, para selecionaram os melhores. Todos os alunos deveriam participar dos testes, exceto os alunos do primeiro ano que eram muito pequeninos ainda. No dia marcado, o diretor da escola, no início das aulas, após cantarmos o hino nacional, falou para todos e aguçou os desejos dos alunos a participar das competições. Então foi marcado exames médicos para todos os alunos, íamos por classes e gêneros, primeiro as meninas e depois os meninos. Ninguém furava a fila, todos respeitavam e aguardavam pacientes sua vez. Depois, seleciona os que tinham condições de nadar, tudo nos horários de Educação física que era fora dos horários de aulas de sala. Quem estudava de manhã fazia educação física a tarde e os que estudavam a tarde, faziam de manhã, eram quatro aulas semanais, dívida em dois dias sendo duas aulas por dia, em média de cinquenta e cinco minutos cada. Para os alunos que estavam fracos em alguma matéria, ou que queriam melhorar o desempenho, existia as aulas de reforço também no mesmo padrão das aulas de educação física, duas vezes por semana, divididas em dois dias, com duas aulas. Interessante a maioria dos alunos precisando ou não, participavam. Assim quem estudava ali, geralmente tinha a semana toda preenchida por atividades escolares. Não sei explicar, não faltava merenda par os alunos nas atividades, curriculares ou não. Os uniformes eram impecáveis, simples e baratinho a ponto de todos poderem adquirir e se por acaso não pudessem tinha o serviço de assistência social que ajudava a resolver. Lá todos eram iguais, existiam um tratamento com disciplina rigorosa, e sem nenhum tipo de violência, preconceito ou discriminação. Na seleção final dos nadadores, todos os alunos foram, mesmo não tendo se classificado, tinha torcida e tudo mais. E aí chegamos onde eu queria contar, meu colega, o mais engraçado, bem-humorado, aquele que fazia todo mundo rir, ele era o alvo de todo o resto da escola que queria vê-lo participar. Na disputa final eram dois para selecionar um, que seria o representante da escola. Meu colega ficou com essa vaga na disputa final. Mas, nesse dia, antes da disputa, deu uma dor de barriga nele, que ele não conseguia sair do banheiro. Tal acontecimento só podia mesmo ter acontecido com ele. Aí foi um falatório só, gente ria, chorava, fazia piada. Na época foi muito engraçado. Mas como era um ambiente cercado de toda precaução, não houve nenhum dano maior. Mas não conseguiu disputar a final e mesmo assim não perdeu a pose, todas as vezes que ele se referia a ele mesmo, ele dizia, “aquele que ficou em segundo lugar”. O quase campeão.

WL Pimenta
Enviado por WL Pimenta em 06/05/2017
Código do texto: T5991713
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