Continuar a ser

Já cheguei a pensar que voltei a ser a pessoa que era há tempos atrás, da qual muito me distanciei nos últimos anos. Achava que havia algo errado e precisava mudar, mas era apenas uma tentativa frágil de me encaixar. E eu de fato me encaixei, pertenci. Mas não precisava de nada disso, agora eu sei. Não precisava ter mudado para impressionar pessoas com quem na verdade nunca me importei. Sem dúvidas pareço muito com aquela que já fui, mas encontro-me em uma versão melhorada. Uma versão que não tem medo de dizer o que pensa. Que não tem medo de ter opinião própria nem de expo-la. Que nunca foi tão verdadeira, tão sincera. Tão fiel a sua essência. Que se reencontrou e não mais se perdeu. Que se redescobre a cada dia e aprecia mais que tudo esse encontro gentil consigo mesma. Que é confusão e calmaria e tensão e euforia. Que não teme assustar e afastar os outros com sua veracidade. Fica quem quer. Quem puder. O que sei é que EU vou permanecer. E cada vez mais eu vou continuar a ser.

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