A inveja mata...

(Baseada em fatos reais)

Juliana, aquela velha amiga, estava muito infeliz, ela e Osvaldo haviam se separado, e ela estava agora sozinha com quatro filhos para criar.

Osvaldo, da mesma forma que foi “um bom marido”, estava sendo “um bom pai”...Era a forma como Juliana descrevia seu esposo para as demais pessoas, como se as pessoas não observassem que o casamento deles sempre foi ruim e que ele nunca quis ser pai.

Quando ele resolveu terminar o relacionamento, escreveu-lhe um bilhete e deixou na porta da geladeira. Aproveitou que ela estava trabalhando e mudou-se sem avisar.

Ela levou um certo tempo para admitir que ele não voltaria mais para dentro de casa. Mesmo assim, para boa parte das pessoas, segundo ela, ele precisou trabalhar fora...

No início, ela até tentou mudar de vida, voltando a se arrumar, saindo com as amigas, um pouco mais sorridente, mas algum tempo depois desapareceu do convívio social.

Reclusa em seu espaço, passou a nutrir raiva das pessoas que a cercavam, por diversos motivos: fulana tem um automóvel e eu não; ciclana tem uma casa bem arrumada e eu não; beltrana tem dinheiro para fazer feira grande, comprar brinquedos para as crianças, e eu não; ninguém me ajuda com as crianças; todo mundo sai para passear e eu não; os filhos daquela pessoa estuda em escola cara e os meus não...e assim, Juliana foi envelhecendo com seus pensamentos e ficando cada dia mais egoísta. Nas raras vezes em que saía com fulana, ciclana, beltrana, ninguém, todo mundo e daquela pessoa, em geral quando recebia algum dinheiro extra, ela fazia questão de comprar vários objetos para seus filhos, que ficavam fazendo “figa” às demais crianças. E ela parecia sentir-se vangloriada com aquelas cenas. Pelo menos uma vez por ano, viajava com os filhos para algum lugar diferente, desconhecido e voltavam cheios de pequenos presentes mostrando. Juliana também gostava de exibir as roupas e sapatos novos que comprava para seus filhos.

Esses eram seus poucos momentos de felicidade, que logo davam lugar ao rancor de sentir “aquilo” que talvez nem ela mesma soubesse o que era...

Enquanto Juliana se corroia em seu mundinho particular, de pensamentos negativos em relação às pessoas, Fulana esforçava-se para manter as prestações daquele automóvel em dia, abastecer e ainda e dar conta das contas do mês; Ciclana, que havia feito recentemente uma pequena reforma em sua casa, com bastante sacrifício e economizando na mão-de-obra, fazendo ela mesma a pintura das paredes, pagava sufocada as parcelas no cartão de crédito das compras que fez; beltrana, todo mês faz e refaz a lista de compras para tentar só comprar o necessário, por que as despesas com a feira mensal é grande e não está sobrando para comprar roupas e sapatos; Ninguém, tem que todos os dias deixar os filhos na casa da sogra e ouvir comentários do tipo: não aguento mais isso!; Todo mundo não viaja há anos, por falta de dinheiro, e para “tapear” as crianças, reserva a cada seis meses, pelo menos o dinheiro do cinema e do pastel na praça de alimentação do shopping e daquela pessoa está planejando colocar os filhos em uma escola pública, por que as mensalidades da escola particular, mesmo com desconto está pesando no orçamento.

Mas todas essas pessoas, vivem felizes e sempre que a dificuldade lhes assombra, elas lembravam-se de um velho ditado popular:

“O pouco com Deus é muito, mas o muito sem Deus, não é nada!”

Estrelinhaester

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Enviado por Estrelinhaester em 25/12/2017
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