Uma hora a festa tem que acabar

Anos e mais anos da minha vida gastei com farras, noitadas, bebedices, drogas e etc...

Foram momentos nos quais não tenho a mínima vontade de guardar na memória.

Nessa trajetória, conheci e desconheci várias pessoas e coisas das mais distintas, me frustrei com "amigos" e fui irresponsável com amigos. Bebi o absinto da ilusão, derramei no chão os dias que poderiam ser preciosos. Ouvi pessoais trilhas sonoras, entre blues e heavy metal, chorei mais que sorri, cheguei ao atro do pós balada, dormi em meio ao meus próprios vômitos de vergonha.

Acordei com vontade de não levantar, dormi com vontade de não acordar. Joguei confete em mim mesmo e esses eram feitos de vidros, desci na rampa do burburinho que dava para a mania de perseguição, fiz parte de rumores sem nexo e também inventei um bocado. Experimentei de tudo um pouco, principalmente do sofrer.

Pulei de êxtase de uma aparente felicidade, no entanto, tomei um tombo que me ralou o cotovelo e o coração. Dancei com a armagura coladinho, tomei um tapa que me doeu a alma.

Tentei não sair para a noite, mas fiz questão de desistir.

Andei cabisbaixo com o ego maquiado, dei comprimidos para o cérebro não ser mais quem ele era.

Puxei fumaça, baforei em garrafas, enrolei baseados e aspirei o pó branco da morte. Me perdi em uma geração suicida, me achei em um quarto que emanava a depressão. Molestei o meu ser com intenção de "viver", quase passei dessa para a pior...

Cansado da doideira, de depender de coisas e pessoas, eu clamei aos céus...

Obtive respostas.

Olhei para as luzes ofuscantes que agora estavam se apagando, o som da dor foi diminuindo, vi um por um indo embora, fiz questão de dar adeus. Fitei os anjos limparem o salão e Deus supervisionar tudo.

No final ganhei um abraço que me fez pela primeira vez sentir amor de verdade. Fui resgatado pelo meu Pai.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 09/02/2018
Reeditado em 15/02/2018
Código do texto: T6249542
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