Malhado e Malhadinho

No mais recente encontro dos Pitanjánãotãoguapos, em 11/04/18, no Pizzaiolo, do Prado, nosso Presidente, vitalício, Juarez Machado, anunciou a todos sua necessidade de afastar-se da quase insanidade do zapeamento eletrônico, mantendo, nada obstante, o convívio saudável com a Confraria, preferentemente por meio de e-mails, bem como pelo telefone.

Apendicularmente, Sua Excelência sugeriu-me fazer, no âmbito da saudação e homenagem aos nossos concidadãos, uma croniqueta sobre os Maiados, que andaram por nossas ruas nos anos 60 e talvez mais além.

E eu me lembro de dois deles, pelo menos, um bem mais graúdo, e outro, bem mais light, que andavam em par, enfileirados.

E os acho aqui, no excelente repertório de Raimundo Quildário, em Pepitas de Pitangui, primeiro volume, de 2006, à página 171, justamente entre o Tatica e o João Canela. O autor, pessoa tão grada à nossa comunidade frequentou comigo o Curso de Admissão ao Ginásio, naquele finalzinho do ano de 1961. Batalhador, auto-didata, e íntegro, veio a falecer prematuramente nos seus 64 anos, pouco antes de vir a lume a sua segunda edição das Pepitas, em 2009. Deixou viúva e descendentes e a honradez com que se fez. Jogamos juntos - a rigor, treinamos só, pois o técnico Seu João Albino apenas anunciava jogos para o fim de semana, e filava cigarros aos fumantes, advertindo que o produto não era bom para a saúde dos atletas...

Mas e os Maiados, que o correto Quildário grafa sobriamente, Malhados e Malhadinhos...? Na sua contagem, seriam 5 ou 6 quando aportaram em Pitangui, proveniente de Leandro Ferreira, e teriam sido criados pelo Padre Libério, religioso respeitadíssimo pela sua humildade, decência e, poderes que teriam transcendido aos espirituais, na forma de curas e afastamento de pragas. Sem contar o mágico chapéu, que não precisava de cabide ou gancho para se prender à parede. Corre um processo de beatificação do referido Padre. E as romarias crescentes ao Leandro Ferreira reforçam a probabilidade de sua elevação aos altares.

Os Malhados e os Malhadinhos que formavam fila indiana mais longa no início, de falar enrolado, passaram a tagarelas e engraçados para com quem se relacionavam. O mais velho deles, com ascendência sobre os demais, chamado Godofredo, foi empregado no Hotel Pitangui por algum tempo e lá alojou seus irmãos. Minha mera dedução é que procediam de alguma união consanguínea, que poderia explicar seu comportamento e conformação fisionômica inabitual.

Dois irmãos ginasianos de meu tempo, por chalaça, ganharam o apodo de Maiado e Maiadinho, pelo fato de também andarem sempre juntos. E não era eu, pois já ganhara o apelido de Pavão, os os manos que vieram a seguir, com ou sem reivindicação, viraram Pavõezinhos...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 16/04/2018
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