As Peripécias e 10sventuras: Os Dom QuiXotes e as Francesas!

Os Dom QuiXotes e as Francesas!

Saiamos da praia eu e Bebeto, mais ou menos as 3 horas da tarde. Eu saia azul de fome, pois sou abstêmio, e nessa época ser abstêmio, era se declarar:

Projetinho de Pastor ou em tratamento de DST!

Bebeto, a Esponja Ambulante, que era movido a malte,cevada e lupúlus, cereais encontrados na cerva bem gelada, não sentia nada. Saiamos pela rua Montenegro invariavelmente, para passar no Garota de Ipanema, na esperança do amigo dromedário, encontrar algum conhecido, ou mesmo desconhecido que lhe enchesse a 2ª corcova.

Aos domingos a Via-Crucis aumentava, pois passávamos na feira hippye de Ipanema, para tocar, cantar, jogar Capoeira e/ou vender nossos instrumentos.

Em algum desses lugares que frequentávamos, conhecemos as Francesas, ou melhor:

A Francesinha e a Francesona.

Uma delas se chamava Cathy!

Como de praxe no 1º encontro, levamos elas ao seu hotel, que ficava numa rua do Flamengo, que termina nos campos de Futebol. Provavelmente, antes do nosso 2º encontro, as francesas tiveram a infeliz idéia de visitarem os campos de futebol, e ai entrou na vida delas um jogador!

Apesar de não falarmos em françês, nem Vive La France!, (UI,UI pra mim é cumprimento de rato) conseguimos nos entender. No outro dia conforme o combinado, as 3 da tarde telefonamos e a francesona dá a terrível notícia:

Não poderia ir ao nosso encontro, pois teria que ir a um Rende-vóuz ou Rende-vú no bom português. Tremi na base, Rende-vú no meu Tupiniquês, era o mesmo que Ménage-a-trois ou ménage a troá, sendo que no ménage entra mais um, para evitar um provável Coitus Interruptus. Convoquei uma reunião de emergência e elas toparam.

Tentei convence-las a não ir através de gestos, expressão facial e Tupiniquês, e consegui em parte, pois a baixinha não foi.

A Francezona foi, tomou doril e sumiu!

Terceiro dia, telefonamos no horário de sempre e a ouvimos a Francesinha desesperada no telefone. A Francesona não tinha dormido no hotel e nem telefonara. Avoamos para o hotel e a consolamos, garantindo que não ia acontecer nada. A má notícia era que ela ficaria no hotel, esperando a Francesona ou um telefonema.

Saímos com o Sex-apeal ferido. Um PC qualquer tinha levado nossa conquista literalmente no bico. O PC não é Politico ou Policial Corrupto, é Pobre Coitado mesmo!

No 4º dia não fomos a praia, telefonamos cedo e a Francesinha atendeu desconsolada.

Nevú-Jamé de telefonê, nevu-jamé de presencê da Francesona.

Partimos para o hotel para consola-la, e conseguimos tranquiliza-la, insistindo que o cara não era doido de fazer alguma besteira.Conseguimos convence-la a relaxar e não perder a estada no Brasil, visitando o nosso desconhecido Morro dos Cabritos e descobrindo porque o cabrito caga redondo. Ademais o nosso cardápio era vacalhau, (carne-sêca) com arroz, e não custava nada melhora-lo com caviar.

Subimos pela famosa Ladeira dos Tabajaras, que cruza de cabo a rabo o Morro dos Cabritos.

Ela chegou lá em cima molhadinha, em parte pela subida, e por nós babando em cima dela igual cão de fila. Não iriamos força-la a nada, queríamos que ela por livre e espontanêa pressão abrisse a porta do baú da felicidade e dissesse:

Adentrê, Mon Chérry!

Isto não aconteceu. O diabo da Francesinha tinha parentesco com os Irmãos Lumiérre, e só queria saber de fotografar. Fotografou até pulo de pulga no meio do barraco.

Não foi desta vez, o jeito era esperar a Francesona, talvez o PC a tivesse "desbloqueado", tornando-a aberta a propostas!

A impressão que tinhámos, era de que ela viera só para controlar a esfuziante baixinha, para que ela não entregasse a rapadura. Voltamos a tarde para o hotel e nada da Francesona. Prometemos procura-la no Garota de Ipanema e Baixo Leblon e o fizemos.

Mais pelo Bebeto do que por mim, que lembrava das leituras nos livros escolares, sobre os invasões holandesas e francesas, e sabia que eles não tinham vindo ao Brasil só para fazer contrato de trabalho com os índios, também enfiaram a baguete nas nossas virgens maravilhosas. Se hoje eles voltassem, teriam dificuldades em encontrarem virgens até no buraco do ouvido, pois oque tem de tamandúa sexagenário, salivando as trompas de eustáquio das garotinhas, não esta no gibi!

E oque é que custa, anos depois, uma francesa experimentar o famoso Pau-Brasil! A exarcebada libido francesa, deu a nós Cariocas, a pécha de Cabeça de Ovo! Meu amigo carioca na França, esta preocupado com o novo governo. Disse para ele:

Mostre sua raiz!

Tem Cidra, (Champanhe só nos Cariocas ricos) da mais vagabunda correndo no meio do seu sangue pretinho, seu Cabeça de Ovo!

Vai a noite, vem o dia, telefonamos e finalmente a boa notícia:

A Francesona tinha aparecido!

A má noticia éra que elas não sairiam do hotel naquele dia. Também pudera, 3 dias e 3 noites com a motoserra ligada derrubando pau brasil, deveria estar com a munheca inchada a bichinha. Dia seguinte toparam falar conosco.

Fui doido para saber se o Nariz de Fé, tinha conseguido meter o nariz aonde não fora chamado. Se ele tinha conseguido comer o Patê de Foiê da Francesona.

Isto ela não disse, e oque ela nos disse, que ele tentou fazer e não conseguiu, eu não posso dizer.

Só sei que a Francesona que era um mulherão, voltou um mulherão do pescoço pra baixo, do pescoço pra cima um sargentão, e do Corpo de Bombeiros. Qualquer manifestação de fogo na periquita da esfuziante baixinha, ela puxava um extintor invisível e acabava com a nossa alegria.

Ela parecia dizer:

Calmê, Frufruê, Calmê!

Ou no português castiço:

Manera, Frufru, Manera!

Chegamos a conclusão que daquele mato não sai coelho, que elas não dançariam Can-Can a lá Molin Rouge para nós. Convidamos para irem a praia, doidos para vê-las num bikini, não toparam. Demos um tempo de vê-las, ai o Bebeto teve a idéia de leva-las, no Desfile de Abertura do Carnaval dos Filhos de Gandhi!

Sábado de Carnaval, de manhã estavamos na sede dos Filhos de Gandhi, para saber como nos inscrevíamos, incluindo as francesas.

O Filhos de Gandhi, ja estava com a mesma filosofia da matriz Baiana:

Só Negros e seus Descendentes!

Pronto pensei, dançamos, eu e as francesas.

(Hoje é mais fácil ser negro, basta dizer: Eu Sou!)

Bebeto que nunca aceitou um não como resposta, tirou 2 lençóis usados de casa e enGandhiou a francesinha. A Francesona se negou energicamente a participar da palhaçada. A Francesinha parece que tinha engolido uma pena de ganso, antes de embarcar para o Brasil, achava tudo engraçado. Bebeto apresentou-a fantasiada de múmia sexi aos Organizadores do desfile dos Filhos de Gandhi, que impediram-na de desfilar, sob os protestos veementes de Bebeto!

Assim terminou o encontro Brasil-França!

Bon Voiage, Cathy!

Adendo:

Nos vários anos que acompanhei Bebeto Monsueto, nunca vi ele perder a compostura. Bebeto tinha classe, não falava palavrão, não dizia gíria. Tinha um palavreado próprio e hilário, e a mania de repetir algumas tiradas, seguidas de um riso infantil, puramente feliz!

Esse fato acima citado, foi o 1º e único.

Texto com fotos no link:

http://professorleiteiro.blogspot.com/2008/02/as-peripcias-e-desventuras-de-bebeto-no.html