O HIPERBÓLICO

O Filho havia concluído a sua temporada no Rio de Janeiro (RN). Foram seis anos prestando briosos serviços ao Corpo de Fuzileiros Navais.

Não voltou falando carioca, mas contava muitas estórias. A maior parte dessas estórias carecia de retificação.

Comemorando o retorno à casa paterna, num desses dias festivos, estavam sentados em volta da mesa, o seu pai, a sua mãe, o irmão mais novo e alguns primos.

O filho recém-chegado contava as peripécias vivenciadas na terra da garota de Ipanema e concentrava a atenção de todos.

Contava que conheceu um Sub-Oficial da reserva da Marinha do Brasil, que era muito rico, pois havia recebido uma boa herança. A casa dele era imensa. Para se ter uma ideia do tamanho da casa, só o guarda-roupa dele dava, mais ou menos, daqui (Santa Cruz/RN) a Tangará/RN. O pai se entalou com um pedaço de costela de carneiro.

- Não! Meu filho! Pelo amor de Deus! Isso não pode – disse o genitor estarrecido. Isso é uma aberração, uma teratologia.

- Pode, Painho! Era esse mesmo o tamanho do guarda-roupa – disse, resistente.

- Diminua o tamanho desse guarda-roupa, pois não tem nenhum sentido. É um absurdo.

- Tá bom! Tá bom! – disse resmungando. Então é daqui para o sítio de João Umbelino (poucos quilômetros antes de Tangará).

- Oh! Meu filho, pelo amor de Deus. Ainda está muito grande esse guarda-roupa.

- Até o Sítio de Seu Pindoba.

E a peleja continuou:

- Daqui para o Sítio de Benedito de Chana e não diminuo nem mais um palmo - dizia resistente.

E para dar por encerrada a peleja, foi considerado como aceitável, que o guarda-roupa media do Posto de Gasolina 58 até o Posto de gasolina 3 x 1 (mais ou menos dois km).

DJAHY LIMA

DJAHY LIMA
Enviado por DJAHY LIMA em 09/11/2018
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