"NEM TUDO O QUE RELUZ, É OURO !" CONTO/ CAUSO

DEUS SEJA LOUVADO !

QUE A GRAÇA DO SENHOR JESUS SEJA SOBRE TODOS NÓS!

JESUS! – NOME QUE SALVA !

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“NENHUM MAL TE SUCEDERÁ, NEM PRAGA ALGUMA CHEGARÁ À TU A TENDA “ SALMO 91

“ PORQUE AOS SEUS ANJOS DARÁ ORDEM

A TEU RESPEITO PARA TE GUARDAREM EM TODOS OS TEUS CAMINHOS!” SALMO 91

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NEM TUDO QUE RELUZ, É OURO !

Era um tempo em que os empregos não eram muitos e grande era a falta de oportunidades de trabalho remunerado.

Júlio, casado e pai de duas mocinhas, procurava conservar suas funções na loja de sapatos, onde era gerente. Nem todos tinham uma qualquer faixa de terra para dali tirar o sustento da família. Ou alguma habilidade pra consertos ou pra desenvolver uma atividade lucrativa. Assim sendo, os pedintes de rua se multiplicavam.

E próximo à loja de sapatos, ficava um pedinte, bastante maltrapilho, com um chapéu velho e um saco de estopa com algumas quinquilharias.

Júlio era dos que se preocupam com o destino alheio. Por isso, quando via os mendigos, pensava que aquelas pessoas tinham direito a uma vida mais digna, sem humilhações. Como não se sentia capaz de grandes feitos em solidariedade aos muito pobres, quando podia, conversava com eles. Tinha essa idiossincrasia. Era um jeito de tratá-los como gente.

Em casa comentava com a mulher que aquelas pessoas, à primeira vista, parecem bichos, porque são sujas, cabeludas , famintas. Mas, na verdade, são homens, se olharmos mais de perto e por fim, por pertencerem ao gênero humano, são nossos irmãos.

Então, cada vez mais, iam ficando freqüentes as paradinhas diante do pedinte ao lado da loja de sapatos.

Naquela condição inferiorizada, o pobre quase não se expressava com palavras, sendo necessário primeiro conquistar-lhe a confiança , o que Júlio procurava fazer, até o dia em que o mendigo começou a falar de sua infância pobre. As coisas de sempre: fome, faltas de todos os tipos, crescendo aos trancos e barrancos, chegando enfim às ruas, pedindo, catando comida no lixo, para sobreviver.

_ Nunca houve uma época melhor?

_Sim. Mas por pouco tempo. Foi quando encontrei a moça com quem me casei. Tentamos conseguir algum trabalho. Mesmo assim, depois de algum tempo, tive que voltar para as ruas.

E Júlio com a sua sensibilidade, saía dali triste, preocupado com a vida daquele e de outros na mesma condição, embora vivesse ele próprio tropeçando em tantas impossibilidades.

Perguntava-se sobre o Governo, os políticos, que falhavam na solução dos problemas sociais.

À medida em que conversavam, o mendigo ia se tornando mais solto, falando cada vez mais. Até o dia em que Júlio foi surpreendido com um convite por parte do maltrapilho: Gostaria ele de fazer-lhe uma visita em sua casa?

_ Como assim?

_É, o endereço é este aqui. Quando tiver um tempinho, é só me avisar.

Pegou o papel e viu que não conhecia o endereço. Certamente era em algum canto bem longe.

Já tinha até se esquecido, quando o outro perguntou se não ia marcar e então ajustaram o dia e a hora.

Era um domingo cedo quando Júlio se pôs a caminho. Pensou em logo cumprir aquela obrigação e voltar em tempo de aproveitar a folga.

De pergunta em pergunta, soube qual seria o ônibus e chegou à rua indicada. Devia ter se enganado, pois ali só havia mansões. Caminhou até o final da rua, voltou devagar, reparando bem em todas as casas. Procurou algum canto compatível com a possível morada daquele mendigo, mas nada! O número do endereço dava num casarão elegante, com jardim bem cuidado, carro na garagem... alguma coisa não batia. Comparava o papel com o número e não entendia. O pobre homem devia ter se enganado mesmo.

Foi aí que uma voz masculina e já conhecida ressoou daquele palacete:

_É aqui mesmo! Pode subir!

Completamente surpreso, pra não dizer atarantado, Júlio subiu. E constatou que o mendigo do centro da cidade, que vivia da caridade pública, era um dos capitalistas daquela área nobre.

Foi ali que ele contou ter uma casa numa região mais distante da cidade, adaptada para a sua mendicância. Explico: A casa tinha duas fachadas. Uma era mais cuidada, por onde ele entrava todas as manhãs, arrumado normalmente e a outra mais modesta, que dava para a rua de trás. Por ali ele saía, travestido em mendigo. À noitinha, fazia o movimento inverso, isto é, entrava como mendigo pela rua de trás e saía pela frente como um trabalhador normal.

Aquele homem humilde, tímido, sujo e coberto por molambos, que recebia moedinhas de pobres caridosos, era o mesmo que agora diante do visitante, se apresentava falante, despreocupado e até orgulhoso.

Após algum tempo, despediram-se.

Mas Júlio, ao descer, trazia pendurada ao pensamento uma pergunta:

_ Será mesmo que existe entre os humanos, o conhecimento verdadeiro dos seres?

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Mulher merece respeito

“Mexeu com uma, mexeu com todas!”

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Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 07/02/2019
Reeditado em 07/02/2019
Código do texto: T6569171
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