O BENZEDOR E AS COBRAS

La pelos anos sessenta do século passado, ao adquirir minha propriedade rural. Enfrentamos uma situação inusitada. Tivemos que conviver com uma multidão de animais peçonhentos. Atualmente recordando aquela fase da vida fico imaginado como Deus foi generoso conosco nos protegendo. Vivíamos uma cultura completamente diferente da atual. Achávamos tudo natural, nada tinha a importância de hoje. Visitar um Médico só mesmo quando estava com um pé na cova.
Adquirimos o imóvel numa parceria entre meu pai meu cunhado e eu. Grande parte da área cultivada em mandioca. Abandonada pelo proprietário anterior transformou num verdadeiro criatório de cobras cascavel.
Escolhemos uma área de terra mais fértil para o cultivo de milho, e começamos a roçada. Dessa ocasião até a colheita foram setenta e dois cascavéis que eliminamos. O fato de escolhermos a área mais fértil nos colocou em contato com cobras, uma vez que a fertilidade da terra propicia mais alimentação aos animais sendo habitat de suas pressas, como ratos e outros roedores. Veja bem caro leitor, atualmente estes animais estão protegidos pelo meio ambientes é crime eliminá-los, mas naquela época era diferente. A caça era permitida, aliás, a caça foi uma valiosa alternativa complementando a renda familiar do sertanejo.
Na colheita do feijão, ocorreu um acidente companheiro muito querido, que nos prestava serviço desde que eu era criança. Foi picado por uma cascavel. Saímos ele e eu antes  do sol nascer, ao chegarmos à lavoura com o carro de boi para o transporte do feijão, as canas de milho, com as  bandeiras de feijão estavam branquinhas cobertas pela geada daquela noite passada.
Atopetamos o carro com o feijão em rama, levamos para  u terreiro empróvisado no curral de casa, espalhamos em camadas para aquecer ao sol. fizemos a primeira batedora quando voltávamos de fasto repetindo o mesmo procedimento, ele descalço,sentindo uma estocada do pé deu um salto gigante, e virando para animal com o bote armado em posição de ataque o eliminou.
A gente só tinha um cavalinho por sinal muito ruim de sela, ele montou esse pangaré e veio para o povoado do Engenho a doze quilômetros distante. Procurou o saudoso José Ferreira, benzedor famoso, que o benzeu, no daí seguinte lá estava ele a cavalo trabalhando da mesma forma.
Deduzimos que o animal estava na bandeira de feijão, ele o jogou para mim no carro eu o pisoteei enchendo o carro, mas entorpecido pela geada ele ficou sem ação, mais tarde quando sol esquentou, ele enfurecido deve ter descarregado o veneno mordendo no feijão e foi esse o motivo e a salvação do meu saudoso amigo e companheiro “Geraldo Baldo”. Que eu amei como se fôssemos irmãos.




(EIS AI NA ILUSTRÇÃO O CARRO DE BOI UTILIZADO NO ACONTECIMENTO  DO TEXTO  EM QUESTÃO)








 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 20/02/2019
Reeditado em 22/02/2019
Código do texto: T6579980
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