A LOUCA DO CERRO DE BAGÉ

Ela despediu-se do seu amor,

Ele partiu para guerrear no Uruguai,

Ele prometeu que voltaria,

E molhada em lágrimas...

...ela jurou que esperaria.

Algumas horas se passavam,

E no alto no cerro ela ficava...

...esperando e esperando.

Muitos finais de tarde chegaram

A noite envolvia seu corpo,

Usava sempre o mesmo vestido da partida

E o horizonte, por mais tempo ela olhava.

Os cachorros lhe mordiam...

...sua roupa, sua tristeza e ilusão.

Do tempo já tinha perdido a conta

E sempre o amanhecer alcançava seus olhos.

E quando do horizonte ela se enamorou,

seu corpo no cerro se enraizou.

Sozinha...

...sozinha e esquecida

Sozinha com seu espirito.

Seu cabelo ia branqueando,

E o sul, seu amor não devolvia

E o povo então gritava:

É louca... a louca do cerro de Bagé.

E numa tarde de setembro

Tentaram tira-la e leva-la a um hospício

Nada nem ninguém conseguiu arranca-la

E mirando o horizonte...

...ela suspirou e fechou os olhos.

E o povo então dizia:

A louca foi ao encontro do seu amor.

Sozinha... sozinha com seu espirito.

Brandt Acosta
Enviado por Brandt Acosta em 20/09/2007
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