Encontro

Não foi fácil escolher o que vestir. Nunca me senti tão ansioso, fazia meses que rondava aquela mulher deslumbrante. Alta, morena, negra, mulata, sei lá como me referir sem ser preconceituoso. Em fim, na primeira oportunidade gaguejei um posso te convidar para um café. E ela respondeu sim. Não foi aquele entusiasmo que me encontrava, o que fazer. Bem,dispenso a gravata, afinal é um encontro não uma reunião. Estou tão nervoso que esqueci onde deixei a chave do carro. Da porta da garagem. Acho que vou ligar dizendo que estou com dor de barriga. Nossa, quanta imaginação. Achei, vou me embora antes que o nervosismo me paralize.

Lá está aquele monumento toda envelopada naquele vestido colado. Preciso arrumar um elogio adequado, sinceridade nessa hora é dispensável. Quando parei me preparava para abrir a porta e ela entrou reclamando da minha demora. Praguejando feito um estivador esfomeado. Nem dei a partida do carro chocado, com o fraseado chulo. Ela pouco se importou comigo nem ao menos se deu ao trabalho de me cumprimentar.

Quando escutei o"onde vamos comer", não tive dúvidas com toda a educação recebida por meus pais, pedi que se retirasse do meu carro. E ela ao invés de se comportar como uma dama, me mandou para aquele lugar com um sinal obceno.

Fiquei no carro tentando me recuperar daquele equívoco chamado encontro.

RÔCRÔNISTA
Enviado por RÔCRÔNISTA em 16/07/2020
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