Os ovos cor de rosa

Lembrou do dia em que tinha dez anos e que a solteirona do lugar, uma “moça velha”, como chamavam, chegou indignada na mercearia fazendo queixas ao delegado:

— Seo Osvaldo, isso não pode acontecer! Um absurdo!! Passei ali agora na estação de trem, e Otávio, o eletricista, estava desenrolando uns fios, sentado com as pernas abertas, de calção frouxo, com uns ovos cor de rosa dos diabos saindo pelos lados! Também, passei que nem olhei!

— E como a senhora sabia que eram uns ovos “cor de rosa? - Perguntou Cecílio, aos dez anos, metendo-se na conversa...

A risada dos presentes na mercearia e o olhar enfurecedor da “moça velha”, fez Cecílio abandonar o local imediatamente em disparada...

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* Esse texto é uma das várias histórias contadas no livro "Rio do Braço" (Romance Histórico) de Osman Matos, publicado em 2015 pela Editora Mídia Joáo Pessoa, PB (LANÇADO EM 2016 NA ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS) e pela Amazon.com nos formatos e-book e impresso, 2017.