A árvore e o pôr do sol e Maria

Maria tinha uma árvore no seu mundo, mas Maria queria muito ver o pôr do sol, Maria começou a pensar no que faria para ver o pôr do sol. Obcecada com a ideia que ninguém tirava da sua cabeça, ela resolveu derrubar a árvore, talvez fosse mais fácil subir na árvore, mas as folhas e galhos finos não lhe permitiriam o vislumbre pleno.

Maria acordou cedo cortou a árvore e fez uma escada, então, ao final do dia sua escada estava pronta. Subiu Maria na escada e fitou o pôr do sol até que ele se escondeu por completo.

No dia seguinte, havia muito sol. Ela sentiu falta da sombra e do vento que agitava a árvore e refrescava bastante. Mas o pôr do sol valia a pena e, de novo, ela subiu na escada para mirar o lindo por do sol.

No terceiro dia, não havia, sombra, nem vento nas folhas, nem o barulho dos pássaros cantando em algazarra e alegrando o seu dia. Maria não queria dar o braço a torcer, mas já sentia falta da árvore.

No quarto dia, o tempo virou e choveu bastante. Maria não teve nem pôr do sol, nem a árvore que servia de abrigo aos pássaros e a ela própria.

Maria sentou-se e lamentou, percebendo tardiamente que há metas e objetivos que são muito menores do que as perdas e sacrifícios gerados por eles.

No processo de construir a escada e vislumbrar o pôr do sol, muitas pessoas não calculam o tempo com a família, o tempo com Deus, o diálogo, a brincadeira com as crianças, a parceria com o cônjuge, etc. Suas necessidades estão sempre em primeiro plano.

O resultado, porém, pode ser de uma duração tão curta que o arrependimento chega, nem que seja tardio.

Mas também há aqueles que mesmo percebendo que a vista desejada não compensa a derrubada de uma árvore, hão de dizer que valeu a pena ver o pôr do sol nem que seja por um instante.

O que se sabe é que o coração humano é o animal mais difícil de ser domado. Mas mesmo assim é preciso guiá-lo e não ser guiado por ele.