RANUNFO, O LOBISOMEM, NUMA NOITE DE FORRÓ EM POÇO REDONDO

RANUNFO, O LOBISOMEM, NUMA NOITE DE FORRÓ EM POÇO REDONDO

Manoel Belarmino

Conta-se que, em Poço Redondo, numa certa noite de Festa de Agosto, num ano da década de 70, quando os bailes aconteciam no prédio da Prefeitura, ali onde atualmente funciona a Câmara Municipal de Vereadores, no centro da cidade, aconteceu uma estranha e inesquecível presepada. Foi a presença de  Ranunfo, o famoso lobisomem, virado num bicho, na sala de dança.

Lá "pras tantas" da noite, quando o baile já estava no seu auge, no momento da concentração maior de pessoas no salão, eis que apareceu um rato gigante e assustador no meio do salão da dança. Era o seu Ranunfo, o lobisomem, virado num rato gigante. Os dançadores pararam a dança na hora, o sanfoneiro parou o fole e pulou a janela "se pelando" de medo. Foi um corre-corre daqueles. Uns correndo de medo, e outros correndo para tentar pegar o rato gigante.

O corre-corre continuou. A gritaria. O medo. Ninguém ali nunca tinha visto um rato tão grande como aquele na cidade. Uns diziam que o rato era maior que uma cutia; outros afirmavam que o tal rato era maior que uma anta. Era mesmo um lobisomem.

Dias depois, na feira de Poço Redondo, o senhor Ranunfo, o lobisomem famoso da região pelas suas preparadas, disse, nos botecos de pinga, que o rato gigante que fez parar o forró daquela noite da Festa de Agosto era ele virado no bicho.

O rato gigante foi embora; ficou o susto; e o fedor forte de rato no salão demorou a se dissipar. Somente algumas horas depois o baile recomeçou.

Ainda hoje, os que estavam naquela noite da Festa de Agosto acreditam que o lobisomem existe, e que aquele bicho era realmente o Seu Ranunfo.

Manoel Belarmino dos Santos
Enviado por Manoel Belarmino dos Santos em 17/01/2021
Código do texto: T7162140
Classificação de conteúdo: seguro