Danilo, Chico e Tode, Iraci, Corta e Bigode...

Apresentar uma formação defensiva, dificilmente é a norma nas crônicas, e crômicas, desportivas. De hábito, é da linha de ataque que se fala, e quem não há de declinar aquele quinteto arrasador Mengálvio, Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe..., corretamente como o mais fulgurante deles, até mesmo do que o do Real Madrid, de Puskás e Di Stefano, ou a magia magiar também com o Puskás no comando...?

Um meio de campo, desde o clássico duo ao quarteto é também muito citado: com Dudu e Ademir, Lorico e Paes, Ocimar e Jaime, ou então, Piazza, Zé Carlos, Tostão e Dirceu, quem não há de se exaltar, e a sua escolha como definitiva, proclamar?

Mais velho-serranamente, Matozinhos, Tião e Ivan, não mereceriam também tamanho laurel...? E eu só não lhos concedo porque além de não serem de meu time, só inveja me fizeram aqueles fabulosos e cabulosos garotos...

Mas voltemos ao sexteto que dá título ao nosso causo: compunha algo mais que a metade daquele CAP, o alvi-rubro Clube Atlético Pitanguiense dos anos cinquenta e sessenta, indomável guerreiro dos tempos e trampos dos empoeirados ou enlodados campos... Danilo, que goleiro! Até pelo nome já parecia um predestinado, filho de Antônio Cuié, e irmão do também atleta e artilheiro Carlos, compensava a falta de melhor altura com seu correto posicionamento e acrobáticos saltos... Os beques, Chico e Tode, com os alfes, Iraci e Corta, mais o centeralfe Bigode, certamente deixariam no banco de reservas um Bellini, um Djalma Santos, um Altair, um Paulo Henrique e até um Nilton Santos... falo sério. O jovem Zé Queirós, bravo, impetuoso, e atroz, levou anos de aprendizado para subir pro time de cima. E, na rebarba, ainda lá encaixou o Becô, ambos batendo mais que Fontana e Brito...

Mas o mistério mesmo, e não a esmo: ficava por conta do estranho nome do Corta...que de pia, vim a saber só recentemente...era Israel...sim, quiném a Terra Santa... E por quê diabos, com um nome tão bonito desses, acabara consagrado como Corta...?

Na verdade, o Corta era um elegante reducionismo. Na verdade das verdades Israel, malgrado tanto esforço e determinação, por falhar na marcação, acho de um genial Messias, do PEC, o eterno rival do CAP, foi, pelo técnico do CAP, execrado aos berros, de ...corta, Rael, corta, corta, bosta!!!

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 07/04/2022
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