O DISFARCE DE UM BEBEDOR

Muito tempo atrás, numa localidade aqui da região, morava um senhor de nome Chiquinho, que bebia muita cachaça, sendo considerado até um verdadeiro alcoólatra. Certa vez, por volta da meia-noite, ele, louco para beber pinga, foi à casa do Zequinha, outro senhor conhecido e dono de um pequeno bar/quiosque, que morava na mesma localidade, não muito longe da casa daquele senhor habituado ao vício da bebida.

Ao chegar à alheia residência, ele bateu na porta, e da calçada chamou pelo senhor que já estava dormindo, e, mentindo e com muita sede etílica, ali pediu que o proprietário do comércio, que ficava a cerca de duzentos metros da casa deste, fosse lá vender-lhe uns comprimidos de Anador e Cibalena, pois sua senhora esposa estava doente e passando mal, com dor de dente e também com muita dor de cabeça, e, por isso mesmo, precisava do remédio urgentemente.

O comerciante, então, acordou e depressa foi atendê-lo, mas somente por consideração e por se tratar de um caso de doença. E foram a pé. Ao chegarem ao quiosque/bar, que ficava lá na beira da estrada, o alcoólatra falou:

“É uma dose de cachaça que eu quero, pois se eu dissesse a verdade, você talvez não viesse me vender nessa hora da noite, nessa distância! E, aproveitando o ensejo, quero também um maço/carteira de cigarros.".

E conversando muito, o homem bebeu demorada e sucessivamente duas doses grandes de aguardente de cana, de copo cheio, do tipo Copo Americano, como ele sempre preferia.

O comerciante ficou ali, de certa forma, um pouco chateado com aquele seu conhecido, mas não quis confusão. E, então, depois de quase uma hora, mais ou menos, os dois conhecidos voltaram para suas casas, o proprietário e o alcoólatra; este último agora já embriagado...

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 19/06/2022
Reeditado em 28/06/2022
Código do texto: T7541228
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