Trocando Leituras Sobre os Atos Revolucionários Brasileiros Por Cerveja

Até seus dezesseis anos, Biel, era um ávido leitor das narrativas onde se contava os atos heróicos dos revolucionários. Sabia citar cada um dos líderes e coadjuvantes. E os admirava como pais de revolucionários.

Seu ultimo livro lido, fora, a conjuração baiana. Ficava impressionado como pessoas tão simples e sem estudos, se dedicavam a uma causa tão nobre.

Mas passaram-se dois anos, e Biel conseguiu uma bolsa de estudo numa faculdade particular burguesa. Lá os heróis não existiam, pareciam que os boicotavam. Para os universitários burgueses, o importante era ir para os barzinhos depois das aulas e boates nos fins de semanas.

Biel, participava dos barzinhos e das baladas porque um padrinho secreto depositava por mês, três salários-mínimo em sua conta.

As cervejas e a luxúria fizeram Biel esquecer os revolucionários. Porém mesmo assim, o padrinho secreto não deixou de financiar a estadia do jovem na vida universitária.

Faltando apenas um mês para se formar. E no barzinho, Biel viu seus, não tão novos amigos, agredirem um esquizofrênico que repetia: A Bahia está salva! A Bahia está salva!

Biel ficou muito triste e pensativo. Estava impotente. "até onde aqueles burgueses seriam seus amigos?".

Na sua quitinete, Biel, pesquisou sobre a Bahia, e encontrou uma notícia que o transformou:"um descendente dos alfaiates da conjuração baiana se tornava milionário".

Quando foi ver o site do banco para ter noção se seu deposito mensal havia sido depositado, teve a mensagem de que aquela conta nunca existiu.

José Nilton R da S Palma
Enviado por José Nilton R da S Palma em 30/01/2023
Reeditado em 30/01/2023
Código do texto: T7707672
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