IDENTIDADE TROCADA

 

Íamos para São Paulo e estávamos no Aeroporto Afonso Pena para o check in. Postados em frente ao balcão da companhia aérea, somos instados a apresentar nossas identidades. Meu marido tira a sua do bolso e a entrega à funcionária. Ela olha detidamente para a foto no documento, depois para ele e exclama:

 

- Senhor, esta identidade não é sua!

 

Celso, alarmado, quer argumentar porém, olhando para a foto percebe que não é mesmo sua. Procura desesperadamente, nos bolsos pelo documento e, para seu alívio e minha incredulidade, o acha em um bolso interno do paletó.

 

Estávamos salvos! Podíamos viajar!

 

Despachadas as malas e resolvido o momentâneo embaraço, procuramos dois assentos para conversarmos e tentarmos entender o que havia acontecido.

 

Celso tinha um processo pendente com um advogado para resolver um caso de desconto indevido em seu soldo militar, Fora ao escritório deste um dia antes da viagem, para pagar algumas custas do processo. O escritório ficava em um grande edifício comercial no centro de Curitiba, com muito movimento. Por motivos de segurança, havia controle de entrada, com cadastro de visitantes e a necessidade de apresentação de documento com foto. Ali se entregava um cartão que liberava a catraca, permitindo a entrada.

 

Não deu outra! A funcionária da mesa entregou a identidade de meu marido colada à de outra pessoa.

 

Que maçada! Nos demoramos alguns dias em São Paulo e, ao voltarmos, meu marido encaminhou a identidade do desconhecido à Seção de Achados e Pedidos da Agência Central de Correios. 

 

Pobre do cidadão! Deve ter tido muitos aborrecimentos ao dar pela falta de seu documento. Certamente, já providenciara a emissão de um novo.