Chico Avestruz

Hoje vou contar um causo que aconteceu na fazenda do Papai.

Tínhamos um capataz eficiente, moço trabalhador de nome Francisco, que acabou sendo apelidado de Chico. Na verdade seu apelido era Chico Avestruz. Um dia fomos nadar no rio que banhava a fazenda, eu, Chico Avestruz e mais cinco rapazes que eram nossos vizinhos. Chegamos no rio, tiramos as roupas e ficamos de sunga. Mas, o Avestruz não tinha sunga! O jeito foi cair na água pelado! Depois de alguns mergulhos, saímos para pegar um sol e levamos um susto!. Chico tinha apenas 1, 60 de altura, era forte, mas, tinha uma bengala entre as pernas, que se tivesse mole, eu diria que uma cobra estava lhe picando! Mas, Chico devia estar com tesão de mijo! Sim! Ninguém sai de um mergulho na água gelada com a bengala de pé! Olhamos aquele nanico com aquela coisa de pé, parecendo o pescoço de um Avestruz! De longe parecia uma dupla caipira. Nanico & Fora do pinico!

Um verdadeiro absurdo! A bengala do Avestruz era muito maior do que pau de mexer cucus! Encostamos a bunda no chão e não tinha quem nos tirasse dali! Eu disse pro Chico... Fora daqui! Começamos a rir da criatura! Mas, ele estava por cima! Afinal nossas bengalas perto da dele dava dó! Olhei prá minha, toda molhada e encolhida, um toquinho comparado a do Chico! Parecia a cabeça de uma tartaruga se escondendo na casca! Acho que levara um susto também! De repente apareceram por lá umas garotas e Chico correu prá se esconder. Não ficaria bem o Avestruz com aquele pescoço duro, parecendo a discovery na hora do lançamento desfilando pelado! Mas, eu não sabia que a fama do Avestruz já era conhecida. Ganhou esse apelido por causa da bengala. Todas as meninas dali já o conheciam e nenhuma delas ficavam com ele. Fugiam dele como o diabo da cruz! Também com aquela tromba, não havia mulher que o encarasse! Você não tem noção! Jumento perdia longe! Ele com aquela coisa de pé, parecia um porta bandeira! Um dia fiquei com dó do Chico, levei-o na casa de uma cafetina conhecida do outro lado da fazenda e contei a ela sua história. Eu disse a ela que pagaria o preço e ainda daria uma gorjeta extra para a donzela que encarasse o Avestruz!

Ela chamou uma gaúcha de 1,90 de altura, uma loira bonita e ela topou. Duas horas depois vem o Chico Avestruz de cabeça baixa, nervoso, não queria papo! Paguei a moça, dei-lhe a gorjeta prometida e fomos embora. No caminho Chico acabou me confessando que brochou na hora “H”. Pensei comigo... Só com tesão de mijo essa coisa funciona. De que adianta o tamanho? Corre o risco de um cachorro ver e pensar que é lingüiça! Tentei fazer a cabeça do Chico e disse a ele que no dia seguinte voltaríamos lá!

No outro dia pedi a cafetina que chamasse outra mulher, porque o Avestruz poderia lembrar do ocorrido e não levantar o pescoço! Lamentavelmente o Chico teve outro desgosto.

Levei o Avestruz em uma outra casa e ele brochou de novo! Fui na farmácia, contei ao farmacêutico o que ocorreu e pedi a ele que receitasse ao Chico, um desses remédios iguais ao viagra. Mas, na roça, longe da cidade, isso é difícil! O farmacêutico me prometeu que no dia seguinte o remédio estaria lá. Ele iria encomendar. Eu tinha que voltar para a casa, deixei tudo combinado com o Chico, o farmacêutico e uma nova cafetina. Na segunda-feira volto pra fazenda, procuro pelo Avestruz e de repente vejo o Chico urinando sentado! Estranhei aquilo! Na roça só tem cabra macho! Ele com aquela cobra esparramada pelo chão fazendo pipi! O que aconteceu? Perguntei ao Chico! – Olha patrão! Brochei com a gaúcha, não consegui com a mineira, com a baiana também não funcionou, me deram o remédio errado e o danado de novo brochou. Como ele só levanta com a cabrita, não ponho mais a mão nessa ...

“A rima fica por sua conta”.

Vincent Benedicto
Enviado por Vincent Benedicto em 03/12/2005
Reeditado em 04/12/2005
Código do texto: T80322