A Cópula de Dona Rosa

Costuma-se dizer no nordeste, que o homem é para o nasce. Se isso é verdade o Sr. Cornélio nasceu para ser corno, e do tipo convencido, que faz que não vê, que é o jeito mais fácil de aceitar e exibir o predicado de forma conveniente.

Casou-se de segundas núpcias com uma mulher humilde, porém, muito atraente, vinte e cinco anos mais nova do que ele, que interessada em sair do estado de miserabilidade em que se encontrava, acreditava ser o Sr. Cornélio a solução dos seus problemas, haja vista que o mesmo era proprietário de uma pequena panificadora, por isso, considerado por ela como um homem rico.

Rosa, como se chama, era uma mulata bonita de olhos castanhos, lábios sensuais, cabelos pretos e lisos, caídos sobre os quadris, nádegas proeminentes, e uns rebolados sedutores, que ao passar pelas ruas da pequena cidade, com sua calça justa, exibia de modo avassalador toda a exuberância daquele corpo escultural, para o qual sempre se ouvia comentários de que era muita bagagem para o Sr. Cornélio, que já não tinha a saúde e disposição de outrora.

Para agradar a encantadora esposa, Sr. Cornélio perdeu o controle das despesas da padaria, gastando muito com presentes, roupas caras, jóias e tudo mais, para embalar e embelezar o que já era belo por natureza. O resultado já era esperado, o Sr. Cornélio quebrou as finanças da pequena empresa, ficando na miséria, sem dinheiro sequer para a manutenção das despesas.

Repentinamente começaram a surgir comentários de que dona Rosa, a esposa do Sr. Cornélio, estaria traindo o mesmo com diversos homens, o que deixou seu Cornélio enfurecido, dizendo serem falsas as acusações em relação a sua esposa, que era uma mulher digna e honesta, incapaz de uma atitude desta natureza, ao que afirmou o seu velho amigo, compadre Lourenço, que teria uma testemunha que presenciou a dona Rosa o traindo dentro de um carro em via pública.

Incrédulo com as acusações contra a sua esposa, para a qual dizia “ pôr a sua mão no fogo”, saiu junto com o velho amigo Lourenço para tomar satisfações com o tal sujeito, um matuto grosseiro, semi-analfabeto, conhecido no local pela alcunha de “Dadinho” que teria presenciado a atitude desonrosa da esposa de seu Cornélio.

Chegando ao local onde se encontrava o tal “Dadinho”, o compadre Lourenço, foi direto ao assunto, perguntando-lhe com palavras educadas para não ferir o amigo Cornélio:

- É verdade Dadinho, que você pegou a comadre dona Rosa e um desconhecido, nus dentro de um carro, e os dois estavam copulando ?

Dadinho um verdadeiro casca grossa, não entendeu a pergunta, pois não tinha a menor idéia do que fosse a palavra copulando e assim respondeu:

- É compadre Lourenço, eu encontrei os dois agarrados dentro do carro, mas esta história dos dois copulando não é verdade, eu ví apenas um cú pulando, do cara que estava por cima, o outro cú não deu pra ver, porque a comadre dona Rosa estava por baixo do cara!