Às margens do ribeirão do Machado

Lá pelas beiradas do Machado,lugar que poucos conhecem,lugarzinho onde nasceu(isto é; de uma a duas dúzias de casas) um pequeno arraial,derivado de um engenho de Cana de açúcar,movido a água,onde se fazia pinga da boa,e rapaduras de sabor inigualável,onde a colheita de cereais era farta ,as hortaliças e leguminosas ,tinha um viço diferenciado,o leite e o mel não ficavam pra traz,o olhar sinuoso das moças deixavam os rapazes da região de queixo caído,e os morenos trigueiros também enlouqueciam as meninas das beiradinhas,la mesmo,naquela terra vermelha-sangue,as frutas eram mais doces e mais viçosas,tal qual o peito das meninas e os "apetrechos" dos rapazes.

Às margens do ribeirão,muita coisa acontecia,entre fantasmas,asombrações e potes de ouro pertecentes ao capeta, escondidos no tronco da velha e frondosa gameleira,e que ninguém arriscava resgatar ,pois tinha mêdo de perder a alma.La a areia branca vinha à tona,trasendo consigo lendas e fantasias inacreditáveis.

Estava meu pai seguindo rumo ao estradão,onde embarcaria na jardineira de Perí,único veículo de aluguel ,que passava por la uma vez por dia;quando ao aproximar da pontinhola,que atravessava o ribeirão,viu uma coisa que seus olhos jamais imaginaram ver naquelas paragens.Algo muito grande impedia sua passagem,sabemos que o lugar ja tinha sua fama pelas coisas exageradas de tamanho,mas meu pai homem corajoso,sentiu arrepios.Era uma coisa parecida com um tronco de àrvore muito grosso , atravessado no caminho junto à ponte.

José de Amâncio(como era conhecido),pensou em voltar ,mas não podia adiar a ida até a cidadezinha de São Gonçalo do Rio Abaixo,tinha muito o que resolver por lá.Tinha que passar,não tinha costume de portar armas(coisa de família),abaixou sem desviar o olhar daquilo,apanhou uma pequenina pedra,(ele sempre foi defensor da natureza,antes mesmo destas histórias de ecologia e meio ambiente ,aparecerem).Sua intenção ,era so desocupar o caminho para seguir viagem;e,sem pensar duas vezes atirou a pedrinha naquele dorso escuro.Deve ter feito cóssegas.O bicho cantou que nem uma busina de carreta ,misturado ao barulho da freada e do motor,meu pai gelou dos pes à cabeça,mas ficou firme no lugar.

Não sabia de que lado era o rabo ou a cabeça,deixou o destino trabalhar. Naquele momento,o bicho soltou um

barulho ensurdecedor.Varou margem abaixo,seguindo o curso do ribeirão.Onde passou deixou um rastro de Cana-brava amassada,para servir de prova do acontecido,Até hoje ,ainda se tem notícias dos supostos decendentes da espécie por aqueles lados.Entre os causos que meu pai contava;poucos dias antes de morrer ,ele ainda me relatou,sobre os enormes ovos encontrados ,bem longe do ribeirão,la nas encostas vermelhas onde era feito o plantio do milho,ele dizia que os ovos eram do tamanho de melões bem viçosos.

vocês ainda vão ver falar de outras coisas grandes encontradas no Machado.

Lucina M. Duarte

Lucina Duarte
Enviado por Lucina Duarte em 28/02/2008
Reeditado em 09/03/2008
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