SABIÁ
No meu pé de manacá
entre flores perfumadas,
um solitário sabiá
entoa sua melodia delicada.
Você, que voeja pelo mundo
como eterno cantador,
fica mais um segundo
e alivia minha dor.
O meu peito feito ao meio
ilude-se com seu canto,
vestindo seu lindo gorjeio
para despir o desencanto.
Seu som retoca o tom da vida
onde a saudade macula a beleza,
a alma anda só e perdida
nas grades da tristeza.
A matéria perdeu a juventude
quando o amor silenciou,
o tempo em toda sua amplitude
a sentença final decretou...
Sonhos desfolhados ao vento
nos versos sempre dispersos,
a nostalgia do lamento
num espelho sem reflexo.
Meu olhar sempre distante
suspenso numa estação passada,
espreitando na linha do horizonte
a felicidade tão almejada.
Quem me dera meu sabiá,
desprender-me desse frio chão,
embrenhar-me em sua canção
e ter asas para bem longe voar!
2007
No meu pé de manacá
entre flores perfumadas,
um solitário sabiá
entoa sua melodia delicada.
Você, que voeja pelo mundo
como eterno cantador,
fica mais um segundo
e alivia minha dor.
O meu peito feito ao meio
ilude-se com seu canto,
vestindo seu lindo gorjeio
para despir o desencanto.
Seu som retoca o tom da vida
onde a saudade macula a beleza,
a alma anda só e perdida
nas grades da tristeza.
A matéria perdeu a juventude
quando o amor silenciou,
o tempo em toda sua amplitude
a sentença final decretou...
Sonhos desfolhados ao vento
nos versos sempre dispersos,
a nostalgia do lamento
num espelho sem reflexo.
Meu olhar sempre distante
suspenso numa estação passada,
espreitando na linha do horizonte
a felicidade tão almejada.
Quem me dera meu sabiá,
desprender-me desse frio chão,
embrenhar-me em sua canção
e ter asas para bem longe voar!
2007