Ciranda brasileira.

Vou cirandar com meus amigos,

nesta alegre brincadeira,

relembrando gestos antigos

e cantigas ao pé da fogueira.

Nhô Tião puxava a rima,

Nhô Mané entoava o refrão

Xote alegrando as meninas,

era um Chamamé aludindo varão.

Pai Francisco era cantado,

boi barroso festejado

e enquanto a fogueira ardia,

reinava a trupe na galhofaria.

Rosa amarela avermelhava,

peixe dourado acinzentava,

moço gaiteiro chamava á dança

e prenda velha virava criança.

Sinhazinha beijava o jururu,

sinhozinho arriscava o mestre André,

Nhã Maria provocava um sururu,

Nhô Firmino acudia num rapapé,

era ciranda bem brasileira,

com gemido de sanfona e choro de violão,

com amargo de boa braseira,

era a magia das festivas do sertão.

Participação na Ciranda "Vem brincar de ser feliz" da poetisa Ana Stoppa.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 25/11/2011
Reeditado em 26/12/2011
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