Uma vez me apaixonei...
Caríssimos colegas recantistas, sei que tenho estado desaparecido, mas, o recanto tem essa força mística e magnética que sempre me puxa novamente para junto de todos vocês... Como não tenho nenhum conto novo (por hora), convido-lhes a brincar um pouco com as palavras, e transformar as desilusões pedagógicas (ou outras) em versos com esta métrica bizarra, nesta quase ciranda que vou tentar cirandar...
Um grande abraço
=NuNuNO==
(Que está com muita saudades...)
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Uma vez me apaixonei
Pela professora de português
Por um minuto eu pensei
Que iria dar certo desta vez...
Nosso amor era erudito
Inexorável, era quase um mito
Era um superlativo culto
Mas ela me deixou de lado
Por que no predicado
Tinha um sujeito oculto...
Virou pretérito de esquecer
Todo amor que eu quis conjugar
Deixei o tal do Gerúndio vencer
E vou estar seguindo a procurar...
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Outra vez me apaixonei
Pela professora de matemática
E nesse instante eu calculei
Que a nossa vida seria mágica
Nosso amor era ao quadrado
pela emoção multiplicado
Amor maior nunca vi nenhum
Mas ela me largou
E me trocou
Por um denominador comum...
Virou indeterminação
dividiram meu amor por zero
Variáveis demais na equação
Eu vou seguir procurar o que eu quero
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No outro dia me apaixonei
Pela professora de biologia
No momento até pensei
Que era tudo o que eu queria
Nosso amor era evolutivo
a cada dia mais competitivo
Me levou num perfeito rapto
Mas um dia ela me desprezou
E me trocou
Por um sujeito mais apto...
Entrou em extinção
Só mais um fóssil no meu coração
Os genes dela eu não levar
E continuo a procurar...
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=NuNuNO==
(Que não sabe por que insiste tanto em pedagogas...)