ANJO MEU!...
 
 
Correu na vastidão uma estrela cadente...
Ia tão apressada em seu clarão fulgente
que abriu uma fenda no véu do espaço,
descerrou-se o céu...
Um ser angelical e serelepe fugiu da Eternidade
caindo direto em meus braços,
concedendo-me uma renovada maternidade.
 
Sua graciosidade encantou meu coração
acordando uma meninice radiante
que em mim, esquecida dormitava.
A alegria sem correntes vem a tropel
e a tudo que vê pela frente, atropela
numa ciranda de mil brincadeiras
onde a vida é uma aquarela.
 
A felicidade demoliu fronteiras
e a fantasia não adormece mais...
Este ente mágico, com beijos de mel
replantou a promessa perdida,
abrolhou sonhos coloridos
semeou flores, no beiral da janela,
desabrochou um amanhecer de emoção.
 
Seu rosto puro de criança
é a mais preciosa das telas,
o brilho que flui do seu olhar
deitou em minh'alma, Paz!...
Deus, em Sua  Grandiosa Sabedoria
sabia que de novas asas eu precisava,
na força única da ingenuidade,
para voltar a voar
e deixou-o ficar aos meus cuidados.
Solto as amarras da sensibilidade
libertando o tempo amar...
 
O dia amanhece com seu canto,
tal qual sinfonia de passarada.
Sua inexperiência é minha fonte de saber,
o silêncio é invadido, concebido, contagiado
com sons divinais de gargalhadas.
Sua existência é o meu renascer,
delícia ouvir Te Amo, vezes tantas
e perder-me em seus carinhos,
ser conhecedora do seu querer,
reencontrar-me, ser ninho.
 
Sentir o calor do seu abraço, poder doar
acarinhar, beijar sua face,
aprender e ensinar.
Assim é o caminho da sua infância
e na cumplicidade que nos une,
curto o encanto do momento.
Volto ao passado, ligado ao presente
e acreditando no futuro
quando escuto suas preces
agradecendo ao Pai, a família recebida.
 
Luz que alumia os dias,
afastando o breu.
Este é o Pedrinho,
valioso tesouro, minha relíquia,
menino- passarinho- maluquinho,
dádiva do Onipotente:
Anjo meu!...

 
2006