Casinha Pequenina

1)

Casinha Pequenina

Guida Linhares

Era ali no pé da serra, que morava

a felicidade por nós dois acalentada,

entre os vôos da libélula encantada,

com tanta paixão que então reinava.

Sob o crepitar do fogo na lareira,

sentíamos aquecer nossos corações.

Foram tantos momentos e emoções.

Pareciam eternos, para a vida inteira.

Daquele piano, teu enérgico dedilhar,

desvelava das teclas todo o esplendor

das canções que refletiam nosso amor,

de tantos anos juntos, a compartilhar.

Um café quentinho, fumegante, delicioso,

fazia das nossas noites, uma suave ponte,

entre o delírio do dia e a linha do horizonte,

onde nela eu vislumbrava teu olhar guloso.

Nestes sutis instantes, o xale abandonado,

no banco lá da sala, refletia a doce alcova,

num encantado ritual que era toda a prova,

de que jamais nosso amor estaria terminado.

Não percebi os sinais, quando ele começou a morrer.

Foi numa tarde de setembro, que em lugar da tua rosa,

deixaste uma triste carta selando o fim e eu chorosa,

implorei a Deus a tua volta. Sem você, não saberia viver!

Santos/SP - 25/09/07

Inspirada no papel de carta presenteado pela amiga Cinderela,

com a música do cancioneiro brasileiro "Casinha Pequenina" e com a companhia dos queridos amigos poetas

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2)

Minha casinha pequenina

Tere Penhabe

Quem não tem uma casinha pequenina

na memória, mesmo distante, de algum dia

não sabe o que é ser feliz!

Não conhece do amor, sua magia.

Minha casinha tinha flores na varanda

sabiás e colibris a rodear

e de tarde, quando o dia ia morrendo

o lampião bruxuleava no lugar.

Meu amor, pegava então, o violão

e nas cordas começava a bolinar

cantando versos de amor no coração

que faziam a minh'alma levitar.

Ia chegando em sua rede, devagarinho

fazendo dengo, que já estava a precisar

os seus cabelos, seu sorriso tão bonito

era carinho que a vida sempre me dava.

Mas algum dia, o destino, traiçoeiro

minha casinha, fez o favor de queimar

me jogou no arranha-céu, que pardieiro!

Não tem flores na janela, nem canto de sabiá...

O meu amor, certamente não chegou

algum coqueiro, preferiu ir procurar

ficou o sonho, da casinha pequenina

que nesta vida, eu não vou realizar...

Santos, 25.09.2007

www.amoremversoeprosa.com

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3)

Casinha pequenina

by Cel

Lá no alto pequenina, lembro a nossa casinha

tinha flores na varanda e uma rede a balançar

quem a via lá no alto, ficava a sonhar...

Na varanda com meu nego vivia a xamegar

entre beijos e abraços me fazendo carinho

e mais tarde com a lua, ir deitar em nosso ninho ...

Manhã chegando eu em seus braços

ouvindo o barulho do mar

e lá pela noitinha, não ficava sozinha

o meu amor vinha me acarinhar ...

Quem não teve uma casinha, lá no alto ou pé de serra

não viveu sequer sabe o que é sonhar

eu tive a minha casinha, hoje vivo a lembrar ...

*** Labirintos da Alma ***

Cel (Cecília Carvalho)

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4)

El tiempo pasa y seguirá pasando.

Mirando hacia tras vemos siempre la espuma

que dejaron los mares de ilusión.

Vemos aquéllos momentos gratos,

aquéllos días felices,

aquélla casa querida,

aquélla hora entrañable

que pasó.

¡Vemos y veremos tantas y tantas cosas!

Y veremos también que nada permanece,

ni tan siquiera la vida.

Juan Martín

http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=4863

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5)

Saudade

Marly Caldas

Cadê minha casinha pequenina

Tão cheia de amor

Quando você me abandonou

Eu de lá saí

E nunca mais voltei

Pensando assim que minha saudade

Por lá ficaria

E eu lhe esqueceria

Mas a saudade me acompanhou

E comigo ficou

E eu pensei que lá voltando

A saudade me deixaria

Mas que nada

Quando lá voltei

Tudo estava como antes

Menos você meu amor

E então a saudade aumentou e quase me matou...

R.J. 26/09/07

Site: http://www.caldasmarly2005.kit.net

Espaço: http://www.recantodasletras.com.br/autores/123456

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6)

QUEM ME DERA ...

Naidaterra

Quem me dera poder voltar e ter o

seu amor, rever nossa casinha branca,

flores na janela com cheiro de você.

Uma rede de renda branca e eu

a sonhar com os beijos teus.

Quem me dera poder voltar e na

imensa floresta caminhar pelas trilhas

ilumindas por raios dourados e

ter você ao meu lado me tocando

e eu te olhando.

Quem me dera poder voltar,

nossas crianças seriam anjos eternos,

não conheceriam a dor, a tristeza e

nem a mentira, seriam nossos anjos

frutos do nosso mais puro amor.

Quem me dera poder voltar...

Nas noites normas deitada na rede

ouviria teus cantos de amor e me

excitaria com seu poetar sussurrado

bem junto aos meus lábios.

Quem me dera poder voltar e bem

de mansinho ser aconchegada

em teus braços e beijada todinha...

Quem me dera poder voltar a nossa

casinha branca pequenina e

novamente ser amada...

Meu destino seria amar-te

até morrer.

***

7)

Quintal de uma casinha

Gui Oliva

Com a casa pequenina

retornam à retina,

esbarram na lembrança,

os folguedos do quintal,

vôo rasteiro do pardal,

e eu volto a ser criança.

Sabor único da infância

sem qualquer extravagância

à sombra da goiabeira,

e tinha pé de carambola

meus irmãos jogavam bola,

saborear frutas era a saideira.

Foi a nossa saideira também

da idade que não mais vem,

da brincadeira que escapou,

só resta na boca o gosto,

no olhar o choro transposto,

para o tempo que já passou

Santos /SP 28/09/07

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8)

NOSSA CASA PEQUENINA

Sá de Freitas

Estou aqui, ( meu coração dói tanto),

Nessa casinha à beira do riozinho...

É, eu bem sei, apenas um ranchinho,

Mas antes era um lar cheio de encanto.

Um certo dia, sem dizer-me nada,

( Qual a razão não sei até agora),

Você juntou suas roupas, foi embora,

Deixando só os rastros seus, na estrada.

Nas tardes hoje, em solidão, pranteio,

Quando em minha viola, à sós, ponteio,

Uma canção bem triste e sem cadência.

E à noite, no que foi o nosso leito,

Eu recordo você junto ao meu peito,

E abraço chorando a sua ausência.

Sá de Freitas

http://sadefreitaspoesias.sites.uol.com.br/index.htm

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