O GRITO DA ÁGUA

O GRITO DA ÁGUA

Hoje eu sou gota

e caio do céu,

amanhã serei oceano,

rio, lago, manancial.

Hoje eu sou límpida

amanhã já não sei.

Nada é para sempre,

nem as geleiras estão iguais.

De qualquer processo que participe,

na organização natural

ou em trato do homem

químico-físico-industrial,

eu sempre vou estar por aqui

enquanto houver gravidade.

Às vezes limpa, suja, potável, impotável,

vapor, líquida ou sólida,

sirvo e dou vida ao homem inteligente,

ao animal e também ao vegetal,

sou passiva e sem razão.

Cuidado, ainda assim, com este nosso mundo

que o homem predador está matando,

pois eu tenho que continuar

e, no ciclo da vida,

do jeito que for,

neste espaço,

eu tenho que me acomodar.

Publicado na ciranda água... preservar é preciso! - grupo ecos da poesia.

Confira minha participação no site:

http://ecosdapoesia.net/cirandas/agua.html