O SONHO DE VANI
(Um conto real, apenas os nomes foram trocados para preservação de identidades.)
(Hull de La Fuente)
Capítulo VI
pneumonia dupla. Lembrou-se ainda da noite de núpcias quando o marido a penetrara, rompendo o hímen. Luciano não conseguiu esconder sua felicidade ao ver o sangue nos lençóis...
Chorando, Vani contou tudo aos médicos. Isabel abraçou-se à moça e chorou com ela.
Naquela tarde, quando Luciano foi vê-la, reunindo toda a força que podia, Vani perguntou-lhe por que praticara tamanha crueldade com ela. Um homem totalmente diferente daquele com quem se casara, revelou-se ali e respondeu friamente:
– Há dez anos, uma jovem bonita, assim como você foi também, contaminou-me. Foi por isto! – respondeu cruelmente.
– Luciano, eu amei você tanto, desde o primeiro dia. Eu jamais faria uma maldade dessas com alguém. Você não teve piedade de mim. Agora eu compreendo a sua felicidade ao ver o meu sangue nos lençóis. Como pôde esconder-me isto? Você nunca ficou doente?
– Eu já estive doente, no início, “meu bem”. – disse ironicamente – Lembra das “vitaminas” que eu tomo todos os dias? São os coquetéis de AZT dentro dos frascos de vitaminas. A vida é assim mesmo, “princesa”. Sinto por você. Todo sonho tem um preço e o preço do seu sonho é a morte.
Lágrimas silenciosas desceram pela face magra e sem cor da pobre criatura que jazia no leito. Isabel, como uma leoa ferida, pulou no pescoço do genro. Seu peso fez os dois caírem sobre a mesinha de cabeceira, arrastando-a com eles ao chão frio da enfermaria. O barulho despertou a atenção do pessoal da enfermagem. Logo os seguranças chegaram e em vão tentavam levantar o corpo obeso da mulher, que esmurrava e arranhava o rosto de Luciano. As enfermeiras e auxiliares, ao verem o sangue começando a brotar dos arranhões no rosto dele, afastaram-se apavoradas. No desespero, ela berrava:
– Assassino! Maldito assassino! Como pode fazer isto com uma jovem inocente? O desgraçado do seu pai com certeza sabe de tudo. Vou denunciá-los a policia do mundo inteiro. Vocês não farão mais vítimas. Seu desgraçado!
– Saia de cima de mim, sua bruxa! – esgoelava o canalha, que mal podia mover-se, sob o peso dela.
Finalmente a mulher foi dominada por dois enfermeiros que a levaram dali. Os seguranças manietaram Luciano e o expulsaram para fora do hospital. O rapaz esbravejava dizendo que iria processar todos eles. Os médicos deram um calmante pra Isabel, fazendo-a adormecer. Suas longas unhas foram lavadas e cortadas, seus dedos não mostravam ferimento algum. Ainda assim, os médicos iriam recomendar a ela que fizesse exames, por certo período, para tirar qualquer dúvida.
Após a saída de Luciano, Vani piorou. Os médicos fizeram de tudo para que ela recuperasse a vontade de viver, mas foi tudo inútil. Logo ela entrou em coma. Os
(Um conto real, apenas os nomes foram trocados para preservação de identidades.)
(Hull de La Fuente)
Capítulo VI
pneumonia dupla. Lembrou-se ainda da noite de núpcias quando o marido a penetrara, rompendo o hímen. Luciano não conseguiu esconder sua felicidade ao ver o sangue nos lençóis...
Chorando, Vani contou tudo aos médicos. Isabel abraçou-se à moça e chorou com ela.
Naquela tarde, quando Luciano foi vê-la, reunindo toda a força que podia, Vani perguntou-lhe por que praticara tamanha crueldade com ela. Um homem totalmente diferente daquele com quem se casara, revelou-se ali e respondeu friamente:
– Há dez anos, uma jovem bonita, assim como você foi também, contaminou-me. Foi por isto! – respondeu cruelmente.
– Luciano, eu amei você tanto, desde o primeiro dia. Eu jamais faria uma maldade dessas com alguém. Você não teve piedade de mim. Agora eu compreendo a sua felicidade ao ver o meu sangue nos lençóis. Como pôde esconder-me isto? Você nunca ficou doente?
– Eu já estive doente, no início, “meu bem”. – disse ironicamente – Lembra das “vitaminas” que eu tomo todos os dias? São os coquetéis de AZT dentro dos frascos de vitaminas. A vida é assim mesmo, “princesa”. Sinto por você. Todo sonho tem um preço e o preço do seu sonho é a morte.
Lágrimas silenciosas desceram pela face magra e sem cor da pobre criatura que jazia no leito. Isabel, como uma leoa ferida, pulou no pescoço do genro. Seu peso fez os dois caírem sobre a mesinha de cabeceira, arrastando-a com eles ao chão frio da enfermaria. O barulho despertou a atenção do pessoal da enfermagem. Logo os seguranças chegaram e em vão tentavam levantar o corpo obeso da mulher, que esmurrava e arranhava o rosto de Luciano. As enfermeiras e auxiliares, ao verem o sangue começando a brotar dos arranhões no rosto dele, afastaram-se apavoradas. No desespero, ela berrava:
– Assassino! Maldito assassino! Como pode fazer isto com uma jovem inocente? O desgraçado do seu pai com certeza sabe de tudo. Vou denunciá-los a policia do mundo inteiro. Vocês não farão mais vítimas. Seu desgraçado!
– Saia de cima de mim, sua bruxa! – esgoelava o canalha, que mal podia mover-se, sob o peso dela.
Finalmente a mulher foi dominada por dois enfermeiros que a levaram dali. Os seguranças manietaram Luciano e o expulsaram para fora do hospital. O rapaz esbravejava dizendo que iria processar todos eles. Os médicos deram um calmante pra Isabel, fazendo-a adormecer. Suas longas unhas foram lavadas e cortadas, seus dedos não mostravam ferimento algum. Ainda assim, os médicos iriam recomendar a ela que fizesse exames, por certo período, para tirar qualquer dúvida.
Após a saída de Luciano, Vani piorou. Os médicos fizeram de tudo para que ela recuperasse a vontade de viver, mas foi tudo inútil. Logo ela entrou em coma. Os