Viagens & Amores

Viagens & Amores

Sempre falávamos em conhecer uma praia de Santa Catarina que amigos em comum haviam nos recomendado. Sempre protelávamos esse passeio porque tanta coisa nos absorvia que até esquecíamos de nós mesmos.

Desse impasse tomamos uma decisão e resolvemos marcar essa excursão para o sul do país. Ficou estabelecido que Raquel viria de Caxias, no primeiro vôo de lá para Florianópolis, e eu viajaria de Belo Horizonte para a capital catarinense de madrugada para que, ao despertar do dia, já estivéssemos lá. Além disso o ônibus especial que nos levaria até a praia sairia às 9:00 do terminal turístico.

Nos encontramos por volta das 7:30 no aeroporto de Floripa e fomos nos alimentar. A viagem de ônibus duraria umas três horas aproximadamente, num o percurso de 96kms em uma estrada linda, com belas paisagens do sul do Brasil. Nós iríamos percorrê-la com muita atenção assim como todos os que estavam a bordo. O guia explicava tudo o que surgia pela janela e acompanhávamos as explicações. A maioria dos passageiros não eram oriundos daquele lugar maravilhoso por onde passávamos. Raquel, minha doce amada com sua cultura ímpar, começava a me contar como tudo começou. Por volta de 1525 uma expedição naval espanhola, comandada por Dom Henrico de Acuña se dirigia às molucas e passando pelo estreito de Fernão De Magalhães foi obrigada a se refugiar na baía de Garopaba para fugir de um temporal.

Garopaba é indígena, significa em guarani língua local Ygá, Ygara, Ygaratá, ou seja, barco, embarcação, canoa. Já Mpaba, Paba significam estância, paradeiro, lugar, enseada. Assim Garopaba significa enseada das canoas, ou enseada dos barcos onde a enseada era um seguro ancoradouro para embarcações.

Os expedicionários encontraram ali a tribo Carijós que vivia da pesca, da caça e de produção de verduras e raízes. Todavia somente em 1666, começaram a instalar-se em Garopaba os primeiros imigrantes açorianos. No século XVII intensificou-se a imigração e em 1793 foi criada a armação de São Joaquim de Garopaba que durou até 1846, quando a localidade foi elevada à categoria de freguesia.

Na época, o produto mais procurado era o óleo das baleias que eram pescadas na região. Esse óleo servia para a iluminação pública e era misturado à argamassa, fazendo o papel de cimento que ainda não existia.

A cidade de Garopaba possui 2kms de extensão e é uma vila de pescadores. No restante da cidade, até seu extremo norte, estão locaRaqueladas as residências dos veranistas. A cidade de Garopaba possui uma boa infra-estrutura, com as principais ruas calçadas, água tratada, luz, um bom policiamento, farmácias, lojas, supermercados e plantão médico 24 horas na beira da praia. Os prédios são limitados a dois andares o que evita a construção de edifícios. Há uma formação de dunas numa extensão de 5 kms. Há alguns anos foi incorporada ao parque nacional da serra do Taboleiro (região entre a praia do Siriú e o Morro Dos Cavalos áreas de preservação ecológica), junto ao mar próximo à cidade de Garopaba.Um pouco adiante começa o chamado "Costão", onde se pode caminhar por trilhas e observar o mar em sua luta com o litoral rochoso.

Nosso ônibus estacionou em uma pracinha e fomos procurar a casa que iríamos ficar. Andamos uns quinhentos metros e chegamos ao nosso novo ninho, tudo começou quando adentramos àquela casa acolhedora, bem iluminada pela natureza com amplas janelas que nos mostravam aquele espetáculo único das águas em eterno choque com os rochedos. Era uma cena de rara beleza. A casa era muito simples, mas ao mesmo tempo nos acolhia de uma forma grandiosa, pois tinha tudo aquilo que precisaríamos para os poucos dias que ali passaríamos. Essa casa já estava à nossa disposição fazia há algum tempo porque pertencia a um amigo querido: o amigão Humberto que é advogado experiente. Por várias vezes o procurei para resolver problemas que a princípio não haveriam soluções, mas ele com a sua tarimba de muito tempo, sempre encontrava uma forma de solucionar tais questões.

A casa não era luxuosa, mas possuía três quartos para repousar, era muito envolvente e muito bem planejada. O sol entrava nela e não nos incomodava devido a sua posição geofísica de ser construída. Havia várias janelas bem largas, claras. A casa, por ser rodeada de árvores de bom porte, dificultava o choque direto do calor O sala de banho era boa e tinha tudo que precisaríamos naqueles dias. Enquanto a banheira enchia fui ao jardim que era um encanto. Uma infinidade de flores, misturadas com um gramado bem cuidado, davam um charme maior ao lugar.

Depois, Raquel se despe e também começa tirar a minha roupa aí, saí e fui buscar algumas rosas brancas, que havia colhido no jardim, e as trouxe para o banheiro onde estávamos. Nossas roupas espalhadas pelo chão se misturam comungando o nosso amor e...

Aquela semana ali na casa do Rodrigo foi maravilhosa. No decorrer da semana aproveitamos a nossa total liberdade e como não tínhamos compromisso. Raquel E eu planejamos uma ida a Camboriú para passarmos alguns dias lá também além de outras cidades de Santa Catarina que tínhamos vontade de rever.

Há um tempo atrás, lá em Belo Horizonte, conversei com a Srta. Vânia de numa agência de viagem, sobre a possibilidade dela me indicar alguns hotéis no sul do Brasil já que eu tinha a pretensão de passar alguns dias na região. Em Camboriú ela me indicou o Royal Atlantic Hotel na Avenida Central, e fomos para lá.

Tínhamos alugado um carro em Garopaba, pois a doce Raquel dirigia bem e pegaríamos uma estrada secundária onde o fluxo de carro era bem menor. Eram cerca de 155kms, distância de uma cidade a outra, e com vantagem de poder entregar o carro quando quisermos e em qualquer das duas cidades.

Chegando ao hotel, e atento à infra-estrutura para atender todos que ficassem al, pedi à recepcionista que na medida do possível gostaria de um quarto que desse frente para o mar onde a vista era linda. E fui atendido prontamente, pois o hotel estava vazio devido à baixa temporada. Nos acomodamos num quarto de frente para a praia que tinha uma varandinha.

Primeiramente, pegamos tudo para sabermos melhor sobre o local onde iríamos, pois Raquel fazia questão de conhecer tudo sobre o lugar.

A história de Camboriú era a de ser uma enseada de águas límpidas. Surgida numa pequena ilha na imensidão de um mar azul e tranqüilo, protegida por um véu verde da Mata Atlântica. Esse era o cenário que os índios Tupi-Guaranis desfrutavam e que aproximadamente até 1930 permaneceu intacto. Os índios foram os primeiros a desfrutar as belezas da região, como comprovam os fósseis de até 3000 anos encontrados na praia de Laranjeiras.

Praia de Laranjeiras

Praia com 750m de extensão com águas tranqüilas e transparentes próprias para esportes náuticos. Contando ainda com apurados serviços de bares e restaurantes além de um trapiche para atracação de embarcações. A praia de Laranjeiras é um sítio arqueológico onde foram encontrados fósseis de 3000 anos e sambaquis que podem ser observados no Parque da Santur. O acesso à praia se dá via Interpraias ou pelo Bonde Aéreo que mistura um cenário da Mata Atlântica com o azul das águas do Oceano.

Cristo Luz

Do monumento Cristo Luz é possível ter uma vista deslumbrante de toda a Praia Central de Balneário Camboriú. O monumento teve origem na década de 40 quando um pescador disse ter presenciado um espetáculo de luzes no alto do Morro da Cruz e que ele acreditou ser uma manifestação divina. A lenda transportou-se para a realidade em 1997, quando foi construído. O Cristo tem 33 metros de altura, apenas cinco a menos que o Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Na mão esquerda, Ele segura um canhão de luz de 6,6 mil wattz, simboRaquelando o sol que gira num ângulo de 180º, que derrama a luz do caminho da fé sobre a cidade em forma de benção. São 86 combinações de cores que mudam de acordo com a estação do ano. No local foi formado um complexo turístico composto por restaurante, bar, lojas de souvenirs, estúdio fotográfico, uma gruta em homenagem a Nossa Senhora Aparecida além de área para eventos.

Parque Unipraias

Os únicos bondinhos aéreos do mundo a ligar duas praias (praia central à praia de Laranjeiras), eles estão inseridos num complexo de lazer e diversão por mais de 85 mil m2, o Parque Unipraias é locaRaquelado na Barra Sul. O atrativo engloba três estações sendo que a estação Barra Sul é composta de praça de alimentação, mini shopping, área para recreação infantil e exposições, além da estrutura de embarque. Subindo a 240 metros no alto do Morro da Aguada encontra-se a estação Mata Atlântica. Um parque ambiental de 60 mil m2 com 500 metros de trilhas ecológicas, dicas de preservação ambiental, três mirantes, bares, auditório panorâmico, anfiteatro e aconchegantes recantos. Descendo até a terceira estação está a praia de Laranjeiras onde os turistas seguem pelo bulevard e têm a opção de curtir os encantos que a praia oferece.

Chegando ao hotel, e atento à infra-estrutura para atender todos que ficassem al, pedi à recepcionista que na medida do possível gostaria de um quarto que desse frente para o mar onde a vista era linda. E fui atendido prontamente, pois o hotel estava vazio devido à baixa temporada. Nos acomodamos num quarto de frente para a praia que tinha uma varandinha.

Quando chegamos em Camboriú no final da tarde, achamos melhor não sair naquela noite para descansarmos um pouco e arrumar nossas coisas.

Postava-se na cama; fiquei alucinado! Fui ao seu encontro fazendo daquele instante um momento de rara beleza, com a certeza que pudesse existir um casal que se amava tanto e, voltamos a nos amar.

Pela manhã, no primeiro dia de passeio a Camboriu fomos ao BETO CARRERO WORLD onde passamos boa parte do dia. Curioso que eu me senti criança de novo, nem cansado fiquei tamanha era minha alegria. O passeio pelo parque é uma aventura lá, se reaRaquelava diversos tipos de show e cada um tinha uma estória e beleza própria. Sem falar no Zoo, lá dentro do parque, com diversos tipos de animais. Existe também brinquedos para jovens de todas as idades e até para esportes radicais. Para fazer brincadeiras com os Belo Horizontinos, tirei um retrato abraçado a um macaco domesticado e também conseguimos tirar uma foto com o Beto Carrero e o seu lindo cavalo branco. Ele é muito gentil e perguntou se gostaríamos de tirar uma foto em cima do cavalo, mas como eu tenho fobia por animais não me aventurei, mas Raquel, impetuosa como sempre, foi logo subindo para tirar o retrato montada no animal.

A tardinha, voltamos ao hotel depois desse passeio e estávamos muito cansados, mas certo de que valeu a pena tanto agito. Sentia-me feliz de voltar a ser criança de novo.

Deitei-me a seu lado, vamos nos encostando pouco a pouco, sem pressa de nada, só vivemos aquele momento onde tudo era muito gostoso e todas as forças do universo conspiravam a nosso favor e...

Pedimos nosso lanche no quarto e quando acabamos do banho a campainha do quarto ressoa, eram nossas guloseimas. Encostamos na cama para tirarmos uma soneca e o sono nos pegou em cheio e acordamos só quando o sol clareava o nosso quarto.

Ao amanhecer ainda existia um pouco da fadiga do dia anterior. Com um beijo molhado lhe dei um bom dia e você me sorriu angelicamente, mas não sabíamos o que iríamos fazer nesse novo dia que começava para nós.

No aconchego da cama ainda trocávamos mil carícias, com sussurros de palavras de amor eterno ao pé do ouvido. Eu sussurra e lhe tocava de uma forma meiga e delicada dando-lhe ainda maior excitação. Novamente fizemos amor.

Resolvemos que aquele dia ficaríamos por perto mesmo para poder descansar bem, então pegamos um veículo adaptado e demos uma volta pela cidade. Esse veículo fazia um city tour por Camboriu, ele era a cabina de um caminhão pesado acoplado a uma carroceria de ônibus sem vidros nas janelas onde o ar circulava com facilidade. Existia um guia que dava explicações a respeito da cidade de um modo em geral. O passeio teve uma duração de uma hora e meia e pudemos conhecer grande parte de Camboriu.

Pedimos ao trocador do carro que gostaríamos de descer perto da plataforma do teleférico que nos levaria à praia das laranjeiras. Lá pegaríamos o bondinho moderno. Reparei em Raquel que ela acertava o biquini o qual usava, eu até assustei, pois me disse que estava morta de cansada no entanto já estava com roupas de banho por baixo de suas roupas pronta para qualquer mudança de plano.

O teleférico, preso em cordas de aço, se desloca com ajuda de um motor que faz com que ele se movimente para cima e para baixo assim, oferece total segurança para quem está a bordo. É maravilhosa a passagem por cima do mar, tem-se a sensação de liberdade e até mesmo de poder. Em seguida ele faz uma pequena parada no seu trajeto onde há uma troca de passageiros. Senti um pouco de medo, pois não sei nadar o que me deixou um pouco receoso caso acontecesse alguma coisa. Depois, a próxima parada seria em laranjeiras. Lá do ponto de parada do teleférico dava-se para ver a imensidão do mar de uma cor azulada linda como os olhos de Raquel.

Descemos a rampa que dava acesso à praia que naquela hora da manhã já estava quase lotada e procuramos uma mesa onde pudéssemos assentar. Logo encontramos porque havia um casal com uma criança indo embora naquela hora por causa do calor. Colocando nossos pertences na mesa, Raquel, minha sereia se alvoroçou e correu para água revelando sua adoração pelo mar. Tinha comentado com ela o quanto ela era divinamente bela.

Eu sentado ali, apreciava o balanço do mar e das lindas sulistas que desfilavam na minha frente como numa passarela de moda. Os meus olhos nunca viram tanta beleza, pois, o povo catarinense e sulista são muito bonitos. De vez em quando ela vinha ao meu encontro para passar um pouco de bronzeador me chamando para entrar na água, pois estava uma delícia. Mas para mim quem gosta de água é peixe.

Da praia eu via uma embarcação típica para carregar turistas em alto mar e que parecia estar muito animado lá dentro onde todos se divertiam. No entanto, Raquel não a viu, mas tenho certeza de que se ela a visse queria embarcar também.

Veio o garçom ao nosso encontro onde fizemos nossos pedidos e a comida não demorou para chegar. Gostei da eficiência do lugar e adoramos a escolha que havíamos feito. Ficamos mais um pouco na praia depois dessa hora. Aí nos recolhemos, o sol estava bem forte, lançamos mãos de nossas coisas e voltamos para o hotel. Ao chegarmos lá passamos na ducha para tirarmos a areia do corpo e então subirmos para o nosso quarto.

Ali ficamos mais à vontade, numa posição, se fazia um toque sutil lá e...

Assistimos um pouco de tv e depois ouvimos uma música que rolava no rádio, mas não tinha nada de interessante e acabamos por tirar uma soneca ali mesmo.

Lá pelas 20hs levantamos e fomos nos banhar para depois darmos uma volta no calçadão da praia perto do hotel. Já que a noite estava toda estrelada com uma lua enorme em cima de nós e nos convidava. Ao cair da noite soprou uma brisa que nos envolveu de uma forma bem fresca quando adentramos num barzinho a beira mar. Saímos dali por volta das 10:30 e regressamos ao hotel, dormimos aquele dia cedo. Mas excitado, viro-lhe novamente à primeira posição deixando cair em seu corpo algumas gotas de leite condensado e...

No outro dia tínhamos outro city tour para fazer em Blumenau e no vale de Itajaí onde teríamos de passar pelo porto de Tubarão. Esse passeio sairia da porta do hotel às 7h sem atraso, nos disse o recepcionista da noite e que, por favor, acordássemos às 5h30min.

Ela me pede para possuí-la e...

Saímos no horário previsto. O passeio seria muito divertido, pois iriam alguns hóspedes que estavam no hotel e uma turma que chegou na noite passada, oriunda de vários estados brasileiros, que fazia parte de um pacote turístico administrado por alguma agência. O povo era muito divertido e heterogêneo, pois se reconhecia cada pessoa pelo seu sotaque e modo de falar, eu e Raquel até brincávamos no começo para ver se acertávamos as suas procedências e como sempre, a Raquel ganhava. Ela era mais observadora do que eu.

O ônibus cortou o asfalto em direção ao seu destino, passamos por várias cidades até chegarmos em Blumenau. Paramos perto da prefeitura onde o pessoal desceu para tirar fotografia da paisagem. Valia a pena, mas no meu caso, já havia tirado da outra vez que estive aqui. De lá fomos para um tipo de parque de exposição, tendo várias lojas de malhas e cristais que são o forte da economia do lugar. Neste mesmo lugar tem uma churrascaria onde foi servido o almoço. Blumenau me lembrava muito as cidades germânicas pela sua colonização.

Seguimos viagem para o vale do Itajaí. Conhecemos várias cidades ali e relembrei-me de algumas. Passamos pelo grande porto de Tubarão e procuramos o caminho de volta ao hotel.

Essa rotina foi maravilhosa, “mas tudo que é bom dura pouco”. Nós nos despedimos em Camboriú, já com a saudade cravada no peito, marcando uma nova data para encontrarmos.

Escritordsonhos
Enviado por Escritordsonhos em 19/04/2009
Código do texto: T1547893
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