Historia maluca de um garoto que encontrou um sorriso.

Essa é a historia de um garoto que encontrou um sorriso.

Na verdade foi o sorriso que acabou por encontrar o garoto, a dona do sorriso, uma garota linda e especial que o trouxe. Acho que parte dele era importado, veio lá do oriente, adornado de estrelas daquelas constelações que são vistas apenas no hemisfério norte, ela veio no principio pra ver o garoto que dizia saber de alguma coisa, que dizia saber guardar as pessoas no papel.

Vamos falar um pouco sobre ele, para começar ele era um pequeno grande mentiroso, onde já se viu? Guardar pessoas no papel? Se ainda fosse aquele que foi ao mar, tudo bem, ele sim pode. Mas o garoto? Ele dizia isso meramente por que se deliciava com as palavras, que acabavam por massagear seu já tão inflado ego, palavras estas chegando com as pessoas que o rodeavam acreditando nas suas façanhas, e tudo o que ele menos esperava era que alguém como ela chegasse um dia trazendo aquele sorriso. E ele era também um grande sonhador, que vivia a recolher sonhos de muitos fingidores, e guardava todos esses pedacinhos de sonhos, pra que um dia pudesse dar a alguém igual à dona do sorriso, pois uma coisa que esse garoto não sabe ser realmente (pelo menos é assim que ele me faz pensar) é ser egoísta.

Mas voltemos ao sorriso, que foi trazido pela garota, que foi trazida por alguém que não ficou. O sorriso passou a fazer parte daqueles dias de Saturno inicialmente, e a dona do sorriso dizia que era o garoto que tinha no rosto o próprio dia de Saturno, e pra felicidade do garoto aquele sorriso se apresentou mais uma vez, o tempo passou e o sorriso estava ali, e às vezes não estava; talvez estivesse doente? Talvez estivesse ali, naquela rua depois daquela loja que vendia moveis você sabe? Como certa vez disse aquela garota, que veio com a garota que trouxe o sorriso. Mas pra minha sorte... Opa... Corrigindo, pra sorte do garoto, aquele sorriso voltava. Até chegar o momento que aquele sorriso começou a aparecer em diversos lugares, talvez naquele dia que a menina vinha de baixo do guarda-chuva acompanhada por uma onça e atropelaram uma pessoa-poste (ou era um poste-pessoa?), e aquele sorriso fugiu e se misturou aos pingos que caiam e um pedacinho do sorriso ficou estampado no guarda-chuva do garoto e mais um pouquinho no seu coração.

Nesse instante o garoto começou a procurar e achar aqueles pedacinhos de sorriso em todo lugar, ele passou a evitar sair com a onça de guarda-chuva, pois sabia que na companhia dela o sorriso apareceria e às vezes ele ficava triste com isso, porque não era aquele sorriso inteiro, mas só um dos muitos fragmentos que se espalharam naquele dia. Evitar a onça não resolvia muito, pois os próprios pingos que caem fazem o som do sorriso. Ele encontra os pedacinhos daquele sorriso em toda parte em um livro de uma menina que roubava livros, em um filme que o lembrava de como ele ficava perto daquela garota que trazia o sorriso, se uma musica aparecesse com qualquer outro sorriso ele tentava transformar no dela. Soube de suas lagrimas em um filme no qual ele deveria rir só porque ali ele encontrou outro sorriso que rapidamente transformou no dela.

E ele continua sempre a procura do sorriso e quando o encontra acompanhado da garota, que é o momento no qual esse sorriso apresenta maior luminosidade ele faz de tudo pra que esse momento se prolongue até que não haja saída e ele tenha que voltar triste por abandona-los. Algumas vezes ele deixou de ir ver aquele que foi ao mar apenas pra estar com aquele sorriso e outra ele pediu pra que o mundo parasse e ele pudesse saltar e correr em direção a garota que estava com o sorriso, e umas duas vezes ele simplesmente foi e voltou e retornou novamente feliz por ter estado com a garota e o sorriso por apenas uns instantes.

Por aquele sorriso ele entregou suas maravilhas e seu amanhã, por isso disse antes, ele não tem jeito de ser egoísta. Ele deu um pouquinho de sonho pra ela, fez um bis, ofereceu outro sonho, o sonho de uma valsa, na verdade havia sido o segundo sonho de valsa que ele dançaria com ela, mas da primeira vez por mais que ele a esperasse não apareceu assim ele acabou tendo que valsar com outra pessoa que não era nem de longe ela. Para ela ele também daria gelatina e pudim de chocolate, apesar de ela não ter dado nem um pouquinho da gelatina pra ele, mas tudo bem o que ele queria na verdade era o pudim de chocolate que ela também tinha pra oferecer.

Essa historia meio maluca ainda não tem fim, esse sonhador continua por ai com uma rede de borboletas a caçar os fragmentos daquele sorriso espalhados naquela chuva, que se restaura sempre no rosto da garota como que por magia quando o garoto a encontra assim por acaso. Ele também vive a tentar cantar aquele sorriso em um tom inaudível para aquela que o trouxe, mas outra pode ouvi-lo, a terceira que chegou. Esta podia pintar palavras com muita beleza e que aconselhou o garoto a encenar coragem e um encontro com aquela que trouxe o sorriso que no momento estava montando um palco pra dormir, mas ele não foi ao encontro dela, temeroso de não encontrá-la (ou de encontrá-la?), pois esse era mais um de seus defeitos ele era um covarde, que também temia a verdade que poderia fazer com que aquele sorriso não brilhasse mais com a mesma intensidade.

E assim por ai, esse homem que simplesmente ao pensar no jeito de uma menina linda e especial de sorrir, se torna um garoto sonhador encontrando um sorriso que toma conta do seu coração.

advark
Enviado por advark em 22/04/2009
Reeditado em 24/04/2009
Código do texto: T1553374
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