UM GRANDE AMOR

Isabella estava sentada na sala sozinha. Sentia uma imensa tristeza.

Era um dia chuvoso de inverno. O tempo estava gélido, porém o maior frio que sentia,vinha do seu coração pela saudade do seu amor.

Até a sua alma doía com a dor da solidão. Sentia uma tristeza interminável que lhe oprimia o peito, causando um choro sentido.

Nunca sentira tanto medo da tempestade como agora.

O vento gelado parecia cortar seus ossos e também seus sonhos.

As árvores balançavam vigorosamente.

Estava tão sozinha agora. Como iria suportar tudo dali pra frente?

Por que tudo aquilo foi acontecer com ela?

Seria justo? Ela não entendia o sentido de nada!

Só sabia que estava muito infeliz e sem rumo.

Seu querido Eduardo havia falecido há três meses e no seu coração ficou um imenso vazio que jamais conseguiria preencher.

Sentia muita falta do seu amado.

As lágrimas não paravam de rolar no seu rosto abatido.

Desde que diagnosticaram o câncer em Edu, foi uma luta incessante e dolorida.

Mas numa triste manhã, ele se foi, deixando-a naquela infelicidade infinita.

Ele pensou o tempo todo em Isabella, deixando tudo em ordem para o futuro sem a presença dele, mas emocionalmente, a moça não estava preparada.

A ausência do marido era terrível de ser suportada. Que falta ele lhe fazia. Tudo a sua volta lembrava os tempos felizes que viveram juntos.

A campainha tocou, tirando-a da sua introspecção.

Ficou receosa de atender, pois os assaltos estavam cada vez mais freqüentes naquela rua.

Olhou pela janela e viu um carro de entregas e um rapaz com uma grande caixa de papelão.

Resolveu ver do que se tratava.

Abriu a porta e um ar gelado inundou a sala.

O rapaz perguntou se era Senhora Isabella.

A moça acenou com a cabeça que sim.

Ele pediu licença para entrar e colocou a caixa no meio da sala.

Antes que Isabella perguntasse algo, o entregador foi logo explicando:

-A senhora me desculpe. Esta encomenda era para ser entregue na véspera de Natal, mas hoje é o último dia de expediente do canil. Espero que a senhora não se importe de receber a encomenda um pouco antecipada.

Entregou-lhe um envelope e abrindo a caixa, tirou o presente. Era um filhote de cão Labrador.

A carta explicava tudo. Eduardo tinha comprado o filhote quando a cadela estava prenha.

O cãozinho estava com seis semanas de idade e uma carinha de pidão. Foi sentar-se aos pés de Isabella, fungando feliz e sem tirar os olhos da nova dona.

O entregador ainda foi outra vez no carro para apanhar o pacote de ração. Uma correia e um livro que ensinava a cuidar do filhotinho.

A moça continuou parada... Estática.

Reconhecera a letra de Edu no envelope.

Quando o entregador se foi, ela sentou-se na poltrona perto da lareira.

Tremia inteira, mas agora não era de frio, mas sim de emoção.

A carta não era longa, mas transbordava carinho como Edu sempre fazia, quando lhe fazia as suas declarações apaixonadas.

Ele escreveu-a como uma última demonstração de amor,acompanhando o cãozinho como sendo o último presente de Natal que ele lhe daria em vida.Falava na carta que comprara o cão para fazer-lhe companhia.

Ainda dizia que fosse forte,até o dia que ficassem juntos na eternidade.Ela olhou para o cãozinho com muita ternura e colocou-o no colo.

O Animalzinho lambeu-a e aconchegou-se a ela dengosamente. Ela chorou de saudade e olhando para o animalzinho disse com suavidade:

-Então amiguinho!Aqui estamos, você e eu. Vamos nos ajudar, pois Deus fez os animais para nos fazer superar as dificuldades, por serem os amigos mais fiéis e sem nenhuma intenção de receber algum reconhecimento.

EM TEMPO...

Este conto foi inspirado a partir de um PPS que recebi e que me emocionou. Achei que a mensagem era importante demais e deveria ser registrada.

Bjssss... Bel