Lua e Ana

O céu desabava num lindo pôr-do-sol. E o azul que outrora havia, foi desbotado com manchas laranja. Que riscavam o céu. Como um pintor que risca uma tela. Num vai e vem de uma valsa muda.

Nas ruas, os primeiros sinais de luz nasciam de postes com lume incandescente. Surgiam os primeiros casais que andariam de mãos dadas por toda a noite. Surgiam crianças que brincavam de ser livres pelas ruas, e senhoras que sentadas em suas cadeiras, fofocavam a noite inteira.

Aos poucos, podia se ver as primeiras estrelas – que pareciam tímidas onde estavam. Podia-se contá-las. Depois, eram milhares, e as contas eram impossíveis – pois choviam estrelas no céu. – e os sonhos pairavam no ar.

Alguns raios de luz invadiam o quarto pela janela entreaberta. E as paredes, agora eram decoradas por formas estranhas, que davam asas a minha imaginação. A lua se impunha lá fora. E a sua luz, queimava a solidão que havia. A minha.

... Se me perguntarem por quem penso, direi: “Lua e Ana”.

(Ismael Alves)

Ismael Alves
Enviado por Ismael Alves em 27/08/2009
Reeditado em 09/10/2009
Código do texto: T1777410
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