ELA II ( ou DESFECHO DE UMA HISTÓRIA QUE PODERIA TER SIDO ETERNA)

Estou aqui, caro leitor, para falar daquela menina que, há um tempo, digladiava consigo mesma. Sim, a personagem se repete: ELA. Há algum tempo, escrevi todos os seus medos e fragilidades. Gritei ao mundo que tivessem zelo com ELA, implorei aos quatro ventos que não a fizessem derramar lágrimas de dor. Não funcionou. Hoje a vejo com o coração em pedaços. Sinto vontade de envolvê-la em meus braços e de nunca mais deixar que alguém se aproxime. ELA não agüenta mais, ELA não suporta mais. ELA padece a cada segundo. O tique-taque dos relógios a tortura. Ela sente o peso de um tempo que chegou e enganou-a.

A porta que se abriu voltou-se contra ELA. O sangue escorre por seu rosto, mas nada se compara ao sangue que vem de seu peito. Sua cabeça lateja e recusa-se a acreditar que de repente, não mais que de repente, ELA se encontra sozinha. Eu, caro leitor, tentei protegê-la. Tentei deixar que esse novo tempo não chegasse. Ele chegou sem avisar e foi embora mais repentinamente ainda. O coração dela luta para envolver-se no gelo novamente. Ela batalha para arrancar todos os sentimentos que nutriu.

O grito dela é silencioso. ELA tem vergonha de mostrar ao mundo tudo o que está acontecendo, mas eu tenho que falar. Tenho que implorar que a deixem ser feliz. Por favor, não riam dela. ELA entregou-se contra minha vontade. ELA foi teimosa, mas eu não a condeno. Tudo o que ELA fez foi por amor. Tentei mudar o desfecho da história, caro leitor, mas não consegui. Infelizmente, as linhas da vida não se preenchem com as minhas palavras.

A D
Enviado por A D em 18/09/2009
Reeditado em 13/01/2010
Código do texto: T1818340
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