Escuridão

tenho medo do escuro,

complexo absoluto.

Digo que ele não me cai bem, sua prepotência me irrita, sua magnitude é imaginaria demais pra mim, sua voz ecoa suavemente em meus ouvidos, faz com que não conheça mim mesma. Seus segredos são invioláveis, sua presença é tão imposta, suposta tenho medo de coisas grandes e nunca interpretáveis. O escuro é assim, um amigo sem nome, um livro sem letras, paginas, uma imensidão de nada, de tudo. De imaginação de solidão, de medo, medo de medo. Minha mente vaga demais, ilustra demais. Quando criança pensava nos monstros atrás do armário, hoje eu sei que o monstro sou eu mesma. Eu invento meu medo e me enfraqueço diante da minha própria criação, a criação se revolta diante do criador, meu escuro é tão ciumento, insiste o tempo todo em roubar minha luz, ele me seduz em até certo ponto, me distãncia demais das coisas reais. Quando sair deixa a luz acesa?

ana claudia
Enviado por ana claudia em 23/10/2009
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