As palavras ao ouvido...

‘Vem ter comigo ao nosso mundo’

A mensagem que ele deixara era simplesmente esta.

Ela percebia perfeitamente cada palavra desta curta frase alias ela entendia cada letra de cada palavra que ele dizia.

Ninguém o conhecia tão bem como ela.

Sabia a sua maneira de pensar, de agir, de falar sobre cada assunto, a opinião que ia surgir,a maneira como ele dormia, como se cobria,

Ela desenhava cada passo que ele ia dar, falava o que ele ia dizer mesmo antes de ele o fazer.

Ele conhecia a sua metade assim como ele conhecia a ela.

Ele por seu lado alem de a conhecer verdadeiramente como ninguém sabia como a fazer rir as gargalhadas, como a deixar sem reacção, conhecia cada ponto fraco do seu corpo assim como cada atitude mais improvável que podia vir a ter.

Sem dúvida alguma um era a metade do outro.

Já não viviam sem passar um dia juntos, sem ouvir a voz um do outro, sem ficar minutos calados só a ouvir a respiração de cada um, já não caminhavam sem encontrarem algo em comum no caminho de cada um.

Ela leu a mensagem e esboçou um sorriso, era típico dele surpreende-la sem que ela imagina-se como o fazia.

Com o papel que continha a mensagem na mão dirigiu se até a varanda onde podia ver o movimento internético na rua. O vento balançou até ela uma corda onde tinha mais um pedaço de papel suspenso, ela desatou o e leu-o.

‘Sabes que o meu mundo és tu e o nosso é a nossa história. Sabes que sem ti já não vivo, mas tenho um segredo para te contar. Vem ter comigo ao nosso cantinho’

Quando os seus olhos leram a parte que falava no segredo o seu sorriso entristeceu e os seu olhos apagaram um pouco o brilho que a minutos a trás conquistaram.

Passaram lhe mil e uma coisas pela cabeça.

Pensamentos positivos e negativos, mas como ela o conhecia bem de mais ela sabia que se fosse algo de mal que a sinceridade dele não ia permitir que andasse ao redor de um assunto serio.

Parou no meio da sala olhou a lareira..

Por segundos deixou-se perder em pensamentos recheados de mágicos momentos a dois enquanto o seu olhar penetrava o fogo ardente da lareira.

Fechou os olhos, virou o rosto para o tecto e respirou fundo.

Agora sim estava preparada para caminhar lentamente até ao quarto.

Ao chegar a porta do corredor reparou noutro papel que se encontrava na porta fechada.

Porta que dividia o corredor do quarto. Ansiosa mas também receosa pegou no papel e começou a ler:

‘Não percas segundos do tempo a pensar em coisas más, nem deixes a expressão Se te dominar. Acredita em mim como sempre o fizes-te e vem até mim.’

Depois de ler tais palavras o coração dela ficou novamente tranquilo e leve.

Como era possível que ele a conhece-se melhor que ela própria e a soubesse dar força e calma.

Como era possível ele saber sempre o que lhe dizer em cada ocasião.

Ele tinha sempre uma palavra certa, um gesto ou até mesmo um olhar.

Ela sorriu…

Abriu a porta e caminhou até ao quarto.

Pela porta entreaberta pode escutar uma melodia de fundo e reparou que a luz encontrava-se a meio tom.

Empurrou a porta com os dedos como se tivesse a tocar em cetim.

E parou…

Parou a entrada daquele mundo com uma lágrima a escorrer lhe pelo rosto.

A sua frente encontrou um mundo mágico que ele criou para ela e em breve para os dois.

Na cama sobre a coberta preta havia pétalas de rosas vermelhas e brancas espalhadas desordenadamente,

Espalhadas pelo quarto podia-se ver velas de todas as formas e feitios.

Em cima da cómoda havia uma rosa.

Ela pegou nela,

Olhou para o espelho que estava suspenso em cima da cómoda e reparou num papel que lá se encontrava.

Pegou nele e sem o abrir sentou se na cama.

Colocou a rosa do seu lado sobre as enumeras pétalas que cobriam o fundo preto da coberta,

Passou o papel junto ao seu nariz e sentiu o seu cheiro.

Cheirava a ele.

Cheirava ao perfume do grande amor da vida dela.

Abriu o papel e nele leu:

‘Todas as surpresas do mundo são poucas para ti minha princesa. O meu amor é o bem que de mais puro tenho no meu ser e que te entreguei desde o primeiro dia em que te olhei nos olhos. Mas há algo que te quero dizer…’

Enquanto ela lia as ultimas frase uma respiração suave fez se sentir no seu ouvido.

O coração dela disparou.

Era ele,

O homem que a fazia sentir a mulher mais feliz do mundo.

Ela fechou os olhos para sentir cada toque dele enquanto ele delicadamente tirava o cabelo dela de frente do ouvido.

Passou lhe a mão no pescoço e aproximou a sua boca da sua orelha e sussurrou:

‘Há sentimentos que são inexplicáveis mas podem sempre serem demonstrados, há palavras que tem o seu valor ditas ou escritas mas sabem melhor quando são ditas, por isso hoje demonstrei te o que sinto por ti e o que eternamente sentirei, dirigi-te palavras belas em papel de mel mas há uma palavra que sempre te direi ao ouvido até aos meus últimos dias. Sempre hei de deixar gritar o meu coração para ti e dizer te que te Amo e que só nós conhecemos este amor que nos une e a forma como o sentimos. AMO-TE é a palavra que os meus lábios nunca se cansaram de dizer.’

As lágrimas escorriam lhe pelo rosto, ela sentia o seu coração cada vez a bater mais aceleradamente.

Ele colocou lhe a mão no seu coração e sem lhe tirar a mão do peito levantou se e colocou-se a frente dela.

Pegou na mão dela como quem pega numa peça muito frágil e levantou-a até junto a ele.

Beijou-a com uma intensidade única como se tudo ao redor deles tivesse parado.

De seguida abraçaram se num abraço apertado e ela disse lhe ao ouvido:

‘Obrigada por tudo meu anjo. Cada surpresa tua é única e cada vez que me dizes o que sentes por mim roubo uma estrela do céu. Sempre ouvi dizer estrelas no céu são saudades mas no meu céu as estrelas que colecciono são por cada vez que dizes que me amas. Eu sem ti já não seria a mesma lua que iluminaria esse céu. AMO-TE com todas as minhas forças e és tu que a cada dia que passa me fazes ganhar mais alegria e sentimento nesta vida. Obrigada por tudo meu anjo.’

E assim ficaram os dois abraçados enquanto o coração de cada um batia palpitante e cada um sentia o coração do outro.

Lá fora a chuva caia e o mundo continuava mas para eles o mundo tinha parado. Pelo menos no mundo deles o tempo era deles.

Texto dedicado ao anjo da minha vida Filipe André Machado Sousa.

Xana
Enviado por Xana em 20/01/2010
Código do texto: T2039738
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