A ALUNA E SEU PROFESSOR

O ano começou e ela tinha um sonho, uma determinação,

Almejou tanto por esse dia, acalentado pelo tempo,

Foram anos de espera e lá estava!

Parecia mais uma adolescente, ansiosa com o seu primeiro dia de aula,

Sentou-se na primeira fila, inquieta, mãos suadas, a espera do professor.

Sentiu-se de repente como numa terra estranha,totalmente deslocada

Fechada em seus pensamentos, comecou a se perguntar...

Como será este professor, o que ele terá para falar?

E se de sua aula, não gostar...

Quando ele entrou, imaginou ser um aluno qualquer,

Mas logo se apresentou.

Ela Ficou a observá-lo e pensou:

Tão jovem, mas se faz respeitar!

Sério, exigente, firme no ensinar.

Professor da língua portuguesa, também ensinava literatura.

Nas horas vagas musico e poeta.

Não era muito amistoso, duro ao falar.

Os dias se sucederam e, aos poucos o gelo foi se rompendo,

E das suas aulas ela passou a gozar...

Notou certa simpatia dele por sua pessoa,

Suas mãos sempre vinha beijar, mesmo com todos a observar.

Nas aulas de literatura, sempre um poema a fazia recitar.

Não poderia imaginar que aquele professor, fosse por ela se interessar.

Um circula entre eles começou a se fechar, por elos fortes, imantados de amor.

Começaram a se desejar, ele pouco conseguia disfarçar.

O ano transcorreu com ele tentando conquista-la, e ela por sua vez

Fugindo com medo de se apaixonar,

O ano se findou, mas o impasse ficou.

Vieram às férias...ela sentira falta,

Mas, ao mesmo tempo aliviada, porque nada acontecera.

Não sabia se queria vê-lo novamente, embora dentro do seu coração,

Bem no intimo sabia que o desejava também.

Um novo ano iniciou-se...

E junto às lembranças de um tempo que ficou,

Lá ela estava de novo, mas desta vez,

Não mais temerosa feita adolescente,

Mas insegura como uma mulher.

Pensou... Como seria o reencontro.

Ele já não era mais o seu professor, lamentou...

Melhor assim, que tudo acabou,

assim pensou.

Engano...Puro engano!

Ao se verem a chama se reacendeu,

Da porta de sua sala ele ficava a observa-la

Não demorou... Para tão logo cair em seus braços.

Viveram uma intensa paixão, acumulada...

Era fogo, era chama desejos contidos, era brasa.

Veio como um furacão, arrebatador, mas logo terminou...

Cada qual seguiu o seu caminho, sem jamais conseguirem se esquecer.

Viveram das lembranças, de uma paixão que aconteceu,

Curta, mas forte o bastante, deixando marcas para a vida inteira.

E, jamais esquecerem, a história de uma aluna e seu professor.

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 22/01/2010
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T2043962